sábado, 28 de março de 2015




Eleições 2014

Integrantes da Rede lançam manifesto contra apoio de Marina a Aécio

Em carta, militantes do partido liderado por Marina "manifestam claramente sua não-adesão à campanha de Aécio Neves"
por Redação — publicado 14/10/2014 22:23
Facebook Celio Turino
Marina
Celio Turino, que chegou a ser cogitado para o Ministério da Cultura caso Marina ganhasse, assina o manifesto contrário à decisão da Rede no segundo turno
Botão Eleições 2014Militantes da Rede Sustentabilidade, partido criado sob viés da chamada “nova política”, publicaram, no domingo 12, um manifesto contrário à decisão de Marina Silva de sugerir voto em Aécio Neves, candidato à presidência pelo PSDB. A carta foi publicada no blog de Haldor Omar, que faz parte da Executiva Nacional da Rede.
Entre os que assinam o manifesto estão Marcela Moraes, principal coordenadora no recolhimento de assinaturas para viabilizar o partido recém-criado às eleições presidenciais deste ano, e Celio Turino, que chegou a ser cogitado como ministro da Cultura caso Marina ganhasse este pleito.
O principal ponto apontado no manifesto é a necessidade de se manter independente em relação à polarização PT e PSDB. Além disso, a carta afirma que “nenhuma modificação formal no programa eleitoral de Aécio transformará a natureza de sua candidatura” descrita como atrelada à desconstituição de direitos.Nesta segunda-feira 13, sete integrantes da Executiva do partido em São Paulo chegaram a renunciar às suas funções no partido sob alegação de que não apoiariam o "assassinato" de ideias que os atraiam à Rede.
Leia a íntegra do manifesto abaixo:
“O primeiro turno das eleições presidenciais expôs um Brasil prisioneiro de um paradoxo. O centro de poder decadente, conservador e estagnado na velha polarização PT x PSDB, representada por Dilma e Aécio no segundo turno, enclausurou o efervescente desejo de mudanças manifestado nas jornadas de junho de 2013 e reafirmado pelo posicionamento de aproximadamente dois terços do eleitorado brasileiro.
A crise de representação se aprofundou porque as duas principais máquinas partidárias do pais lançaram mão do uso descarado dos instrumentos de poder político, institucional, midiático e econômico para cooptar, coagir, pressionar e manipular a vontade popular, impedindo que esse sentimento de mudança predominante na população se materializasse em uma representação alternativa e consequente no segundo turno.
Qualquer que seja o eleito, Dilma ou Aécio, realizará um governo que queimará recursos naturais e conquistas sociais e se servirá do velho padrão do fisiologismo e do patrimonialismo travestido de “garantia da governabilidade” para preservar um modelo de desenvolvimento baseado nos pilares intocáveis da concentração de renda e da exploração irracional dos recursos naturais. Isto porque os projetos em disputa mantêm em seu DNA a cultura da velha política, da corrupção, da promoção dos interesses do mercado em detrimento dos direitos sociais, da servidão à lei do mais forte; usam e abusam da gestão inescrupulosa, do aparelhamento do estado e do poder público para o favorecimento privado, cooptando e sendo cooptados por interesses escusos.
Esta é a natureza do poder exercido no governo federal, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro ou Minas Gerais, independentemente de qual das duas coalizões governe.
Ressaltamos que as conquistas sociais e econômicas alcançadas pelos brasileiros e brasileiras não foram dádivas ou concessões das cúpulas partidárias do PT ou do PSDB. São os frutos de uma longa e difícil história de lutas que prosseguirá para garantir a preservação dessas conquistas e que precisa avançar até a construção de um modo de vida e de organização social e econômica que propicie vida digna, justa e ambientalmente sustentável para todos nós.
Como afirma a nota divulgada pela executiva Nacional da Rede Sustentabilidade, que reitera a urgência da mudança, é nosso dever 'reconhecer que a sociedade brasileira não encontrou ainda o caminho, as condições e o tempo de realizá-la. Em nossa democracia, a estrutura política e partidária brasileira impediu, mais uma vez, a realização dessa afirmação histórica'.
Neste momento, a humildade diante das adversidades e das limitações impostas pelas condições do presente exige de nós a grandeza necessária para realizarmos uma avaliação profunda de nossos erros e debilidades. Mas, ao mesmo tempo, de reafirmar a persistência no caminho da consolidação e do fortalecimento de uma alternativa de mudança capaz de conquistar, ao lado de nosso povo, a emancipação social, a paz, a felicidade e a sustentabilidade como legado para as gerações futuras. E isso só poderá ser feito se estreitarmos nossos laços com os que acreditam que os sonhos são a matéria prima mais concreta da política.
Diante deste quadro, os signatários desta, como cidadãos, manifestam claramente sua não-adesão à campanha de Aécio Neves. Nenhuma modificação formal no programa eleitoral de Aécio transformará a natureza de sua candidatura, que não se constitui de palavras, mas de atos de história concreta que indicam sua integração orgânica à desconstituição de direitos, aos ruralistas e ao capital financeiro.
Defendemos o voto nulo. Ser parte da polarização PT x PSDB destoa do projeto original da Rede Sustentabilidade, que nasceu com o propósito maior de estimular a emergência dos sujeitos autorais, dos indivíduos livres e conscientes, que não se dispõem a realizar suas mais legitimas aspirações e interesses no âmbito da velha, estagnada e conservadora política que tanto PT quanto PSDB representam e praticam.
Para mantermos a coerência e a qualificação de nossa intervenção política, continuamos no caminho de afirmar a necessidade de uma nova e de uma outra política.
Nosso principal desafio é olhar para o futuro e enxergar além dessa falsa polarização que representa o passado. É ter a firme posição de rejeitar as duas candidaturas e não indicar voto em nenhum dos dois lados.
É se declarar independente, sem nenhum compromisso com essa nefasta polarização.
Marcela MoraesCarlos Painel – Executiva Nacional da RedeCassio Martinho – Executiva Nacional da RedeHaldor Omar – Executiva Nacional da RedeJefferson Moura – Executiva Nacional da RedeJulio Rocha – Executiva Nacional da RedeMartiniano Cavalcante – Executiva Nacional da RedeMuriel Saragoussi – Executiva Nacional da RedeThiago Rocha – Executiva Nacional da Rede
Acauã Rodrigues – Elo Nacional da RedeAlbérico Lacerda – Elo Nacional da RedeAntonio Daltro Moura – Elo Nacional da RedeCelio Turino – Elo Nacional da RedeClaudineia Costa – Elo Nacional da RedeClecio Araújo – Elo Nacional da RedeDaniela Vidigal – Elo Nacional da RedeEduardo Thorpe – Elo Nacional da RedeFernando Oliveira – Elo Nacional da RedeFred Mendes – Elo Nacional da RedeGerson Neto – Elo Nacional da RedeGilson Tessaro – Elo Nacional da RedeLeonel Graça – Elo Nacional da RedeLuciene Reis – Elo Nacional da RedeMario Neto – Elo Nacional da RedeRoberto Leandro – Elo Nacional da RedeRoberto Martins – Elo Nacional da RedeUrbano Matos – Elo Nacional da RedeValeria Tatsch – Elo Nacional da RedeWashington Carvalho – Elo Nacional da Rede
Amilton Farias – Executiva Estadual da Rede/PRJoão Luiz Stefaniak – Executiva Estadual da Rede/PRValfredo Pires – Executiva Estadual da Rede/SPMarcelo Pilon – Executiva Estadual da Rede/SPRenato Ribeiro – Executiva Estadual da Rede/SPEmilio Franco Jr – Executiva Estadual da Rede/SPGerson Moura – Executiva Estadual da Rede/SPMarcelo Saes – Executiva Estadual da Rede/SPSilvana Bragato – Elo Estadual da Rede/SPFelipe Mateos – Conselho de Ética da Rede/SPSandra Ortegosa – Elo Estadual da Rede/SPCarlos Buzolin – Elo Estadual da Rede/SPKarina Candido – Elo Estadual da Rede/SP
Mateus PradoSócrates Magno Torres”


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Walter Feldman sobre a Rede: "saímos destruídos, mas continuamos vivos"

Rede Sustentabilidade, partido de Marina Silva, se reúne neste fim de semana para planejar futuro da legenda
por Renan Truffi — publicado 22/11/2014 17:51, última modificação 22/11/2014 17:59
Karina Zambrana / ASCOM/ MS (04/06/2013)
Walter Feldman
Ex-deputado do PSDB, Walter Feldman é hoje o braço direito de Marina Silva na Rede Sustentabilidade
Partido de Marina Silva, ex-ministra derrotada nas eleições deste ano, a Rede Sustentabilidade começa neste domingo 23 a se articular para emergir na política brasileira. Membros da legenda, incluindo a ex-senadora, devem se encontrar em Brasília para decidir as ações do partido a partir de 2015. É que a legenda depende de apenas 32 mil assinaturas para conseguir entrar com o pedido de registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A expectativa é que a Rede seja declarada oficialmente um partido até julho de 2015. Enquanto isso, o grupo político se recupera do “massacre” que foi a campanha presidencial.
“(Nossa situação) É semelhante à polonesa no fim da Segunda Guerra Mundial. Ser destruído, massacrado e a nação continuar viva. (A campanha) foi muito difícil, né. Desproporcional. Com características que foram estranhas, e diferentes em relação a outras campanhas. Houve todo um processo de desconstrução da candidatura da Marina. Com pouco tempo de reação, pouco tempo de televisão. Então na nossa opinião, com todo esse quadro, saímos vivos, respeitados, mantivemos os princípios e valores e a forma como achamos que deve se fazer campanha”, afirma o ex-deputado tucano Walter Feldman, que se tornou o braço direito de Marina Silva durante a corrida eleitoral.
Em entrevista a CartaCapital, Feldman falou sobre as perspectivas de atuação da Rede no Congresso, a partir do registro no TSE. De acordo com ele, a legenda “não nasceu” para integrar a base aliada, mas também garante que não fará oposição com o jeito do PSDB. “Não vejo nenhuma possibilidade de ser base aliada. A Rede não nasceu com essa perspectiva”, explica antes de complementar. “Nós não pretendemos ocupar o espaço da oposição que é um espaço mais construído a partir da ação do PSDB. A Rede quer vir para o cenário político tendo posição em relação às questões de interesse nacional”.
O ex-deputado também comentou sobre as disputas internas do partido, que teve uma crise antes mesmo de nascer. Isso porque a legenda apoiou a candidatura de Aécio Neves (PSDB) contra Dilma Rousseff no segundo turno, assim como Marina Silva, e provocou crítica de alguns integrantes do grupo político. De acordo com Feldman, a ala que discordava da aproximação com o tucano deixou a legenda.
“Os que esses que mais achavam (errado apoiar Aécio Neves) saíram da Rede. Alguns que consideraram que a Rede e Marina se equivocaram estarão dentro do partido para ajudar nesse debate. Acho que faz parte. A Rede ainda é um partido em formação. Então o seu real posicionamento ainda pode ser discutido”, admite.
Leia a entrevista com Walter Feldman:
CartaCapital: Qual o balanço que o senhor faz do processo eleitoral, da derrota da Marina Silva e da participação da Rede Sustentabilidade?
Walter Feldman: [Nossa situação] É semelhante à polonesa no fim da Segunda Guerra Mundial. Ser destruído, massacrado e a nação continuar viva. [A campanha] foi muito difícil, né. Desproporcional. Com características que foram estranhas, e diferentes em relação a outras campanhas. Houve todo um processo de desconstrução da candidatura da Marina. Com pouco tempo de reação, pouco tempo de televisão. Então na nossa opinião, com todo esse quadro, saímos vivos, respeitados, mantivemos os princípios e valores e a forma como achamos que deve se fazer campanha.
CC: A Marina Silva só teve, em 2014, dois milhões de votos a mais do que na eleição de 2010. Enquanto que era esperado que ela fosse melhor desta vez. Por que isso? A figura política de Marina está em decadência?
WF: Pelo contrário, a presidenta Dilma foi candidata quatro anos. Quem está no governo é candidato desde o primeiro dia do mandato. O PSDB é um partido já histórico nas disputas e tinha seu candidato consolidado no mínimo um ano e meio antes. A Marina foi candidata em alguns dias. Então é natural que seja um processo complexo. No quadro dado, tivemos uma boa performance a Marina é fundamental no processo político brasileiro agora também no cenário pós-eleitoral.
CC: Alguns analistas políticos apostavam que Marina Silva havia perdido seu capital político por ter ficado alguns anos sem partido e sem atuação entre 2010 e 2014. Você tem conversado com ela sobre os próximos anos?
WF: O caminho é a Rede. Nós saímos dessa eleição convencidos que a Rede é um partido que se faz necessário. Um partido que coloque questões éticas e de sustentabilidade. A reforma política é uma questão central no programa e no organograma das grandes questões brasileiras. A tese da sustentabilidade é a tese da modernidade. A grande bandeira hoje no mundo é a sustentabilidade. E na nossa avaliação nenhum partido político absorveu essa tese até agora. A Rede tem essa função. Com a Rede, a Marina vai ter um papel destacadíssimo no cenário brasileiro nessa questão. Você veja, o grande encontro dos últimos anos foi a China e os Estados Unidos finalmente decidindo intervir na questão das mudanças climáticas. Qual foi o pronunciamento do Brasil em relação a isso? Praticamente nenhum porque o Brasil está sem algo institucional estruturado de qualidade na questão da sustentabilidade.
CC: O que o senhor coloca como prioridade para ser discutido na reunião da Rede Sustentabilidade neste fim de semana? É possível falar na candidatura de Marina para 2018?
WF: É muito cedo ainda. O que nós temos que ver agora é se conserta o Brasil. O Brasil está com problemas sérios na área econômica e política. E temos muito medo que isso extrapole para a área social. Não tem sentido no pós-eleitoral começar um debate já eleitoral. É o momento de ajustar o Brasil. Aqueles que saíram vitoriosos e derrotados nesse processo têm protagonismo e deverão fazê-lo.
CC: Sobre o apoio ao Aécio Neves no segundo turno das eleições: essa posição causou uma crise interna na Rede. Uma ala mais à esquerda criticou. Como é que o partido espera lidar com correntes internas tão opostas em algumas questões? Isso não pode prejudicar o partido no Congresso?

WF: Primeiro: a Rede não entra nesse debate de direita e esquerda. Achamos que esse debate está superado. É um debate no qual a democracia está sequestrada, não é um bom caminho. Nós queremos encerrar com esse processo. Hoje a luta é entre os democratas e não-democratas, entre os ‘sustentabilistas’ e ‘não-sustentabilistas’. Não é entre direita e esquerda. Até porque muitas vezes direita e esquerda têm posições autoritárias que se aproximam. E esse pessoal que foi crítico ao Aécio, uma parte saiu da Rede, o pessoal que não saiu vai nos ajudar a fazer análise crítica e autocrítica para ver como a gente consegue modular uma posição na Rede que seja mais adequada ao atual momento. Esses que mais achavam (errado apoiar Aécio Neves) saíram da Rede. Alguns que consideraram que a Rede e Marina se equivocaram estarão dentro do partido para ajudar nesse debate. Acho que faz parte. A Rede ainda é um partido em formação. Então o seu real posicionamento ainda pode ser discutido. Não tem nada fechado. Temos um trabalho mais horizontal do que os outros partidos.
CC: Qual a situação atual para o registro do partido no TSE? Qual é a expectativa?
WF: A partir desse final de semana a gente deve realizar campanha organizadas e planejadas para conquistar as 32 mil assinaturas certificadas e exatamente após isso daremos entrada no TSE para conseguir o registro no primeiro semestre do ano que vem. No máximo.
CC: Na eleição, o tema dos banqueiros teve muito destaque, principalmente entre Dilma e Marina. E o governo cogitou colocar o presidente do Bradesco no Ministério da Fazenda. Como a Marina Silva está vendo essa postura?
WF: Era uma verdade da eleição. Uma verdade que não se confirma no cenário pós-eleitoral. Era um instrumento de argumento e análises muito mais para convencer o eleitor do que para dar de consciência do cidadão. Então esse é um dado dramático da eleição. O eleitor não pode ser tratado na campanha diferentemente do cidadão que ele é. Não pode ser levado a ele fatos e inverdades que não se confirmam
CC: Como você enxerga a Rede no Congresso Nacional? Alguma chance da Rede ser base aliada?
WF: Isso ainda vai ser discutido. Não vejo nenhuma possibilidade de ser base aliada. A Rede não nasceu com essa perspectiva.  A Rede quer ajudar o Brasil. Acima das lutas político partidárias tem uma nação que precisa de muitos cuidados nesse momento difícil da crise que estamos passando.
CC: Mas qual deve ser a postura do partido no Congresso sobre temas nacionais? Mais próxima do faz hoje o PSDB?
WF: A posição nossa, que muitas vezes não é compreendida mas tem todo o sentido no novo momento democrático nas nações do mundo, é a questão da posição. Nós não pretendemos ocupar o espaço da oposição que é um espaço mais construído a partir da ação do PSDB. A Rede quer vir para o cenário político tendo posição em relação as questões de interesse nacional. Por exemplo, essa questão de análise da corrupção da Petrobras tem que despolitizar isso porque é uma investigação policial. É uma investigação jurídica, é uma investigação dramática de como está organizado o sistema de governabilidade e de apoio político. O que precisa é todo mundo participar dessa reconstrução, governo e situação. Porque isso não se sustenta. Isso não pode ser assim, tanto por parte do governo, de manter debaixo do tapete, como também da oposição, que não pode se valer disso apenas e exclusivamente para dizer “eu sou melhor”. A estrutura inteira está ‘cupinizada’, como diz o presidente Fernando Henrique. Ela precisa ser ‘descupinizada’ e isso interessa a todos e principalmente ao brasileiro. Então a posição da Rede vai ser construtiva em relação ao Brasil.
CC: Então, na questão da reforma política, a Rede ajudaria o governo, por exemplo?
WF: Ajudaria o Brasil. A Dilma está correta em apontar que a reforma política é essencial para que nosso país tenha uma sobrevida sadia e democrática. Eu convivi com o (ex-governador de São Paulo) Mário Covas desde 1983 e ele já dizia isso. Faz 30 anos que a gente diz que a reforma política é a mãe das reformas. Então a presidenta Dilma nada mais fez aquilo que todo mundo diz há muito tempo, mas ninguém faz. Então reforma política deve ser um esforço do Congresso, não uma atividade do Executivo. A chamada base aliada e os partidos devem participar ativamente. Claro que, se o governo tiver uma atividade destacada, vai ajudar muito.


Líder do PT no Senado teria recebido 1 milhão de reais em esquema da Petrobras

Segundo ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, dinheiro teria sido utilizado para campanha de Humberto Costa para senador
por Redação — publicado 23/11/2014 11:34, última modificação 23/11/2014 11:57
José Cruz / Agência Brasil
O líder do Partido dos Trabalhadores no Senado, Humberto Costa (PT-PE), teria recebido 1 milhão de reais do esquema de propina e corrupção na Petrobras. Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa explicou que o petista utilizou o dinheiro para a sua campanha em 2010.
Costa faz parte de uma extensa lista de políticos acusados pelo ex-diretor da Petrobras na delação premiada, pela qual espera ter sua pena reduzida dentro das investigações da Operação Lava Jato. De seus depoimentos, vieram à tona nomes como o da ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann (PT), do ex-senador já falecido Sergio Guerra (PSDB), e do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), morto em acidente aéreo em agosto deste ano.
Enquanto Gleisi e Campos teriam recebido dinheiro por meio de intermediários para campanhas políticas em seus estados, Costa teria solicitado a quantia, por meio do empresário Mário Barbosa Beltrão, amigo de infância de Costa e presidente da Associação das Empresas do Estado de Pernambuco.
O dinheiro destinado a Costa, de acordo com Paulo Roberto Costa, teria saído da cota de 1% do PP, que mantinha então o controle político da diretoria de Abastecimento da estatal.
Primeiro senador pelo PT de Pernambuco, Costa foi eleito em 2010 para o cargo, depois de ter sido secretário das Cidades de Pernambuco no governo de Eduardo Campos e ministro da Saúde no primeiro mandato de Lula, entre janeiro de 2003 e julho de 2005.
Segundo o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, “um amigo” de Costa, o empresário Mário Beltrão pediu a colaboração de 1 milhão de reais para a campanha do petista ao Senado, em 2010.
Além de Costa, outros 31 nomes compõem a lista de parlamentares, entre deputados e senadores, que teriam sido beneficiados pelo esquema da Petrobras.




Rede Sustentabilidade será “oposição independente” com o PSB

Partido de Marina Silva deve conseguir o registro oficial na Justiça no primeiro semestre de 2015
por Renan Truffi — publicado 24/11/2014 13:15
Vagner Ramos/ MSILVA Online
Com apenas 32 mil assinaturas faltando para se tornar um novo partido oficialmente, a Rede Sustentabilidade realizou encontro, neste domingo 23, entre seus integrantes para definir como o partido irá se portar na política brasileira a partir de sua criação, prevista para o primeiro semestre de 2015, e quais serão as prioridades do grupo político. Segundo o ex-deputado tucano Walter Feldman, braço direito de Marina, os membros da legenda concluíram que farão uma “oposição independente” ao atual governo
“O encaminhamento vai ser oposição independente. (Isso significa) você fazer acompanhamento crítico da área econômica, política, social, mas não a ferro e fogo. Não somos movidos pela ânsia pelo poder. Estamos oposição”, afirmou Feldman à reportagem deCartaCapital nesta segunda 24 ao tentar se desvincular do PSDB.
A Rede também decidiu manter a relação umbilical que criou com o PSB. Isso porque, como o partido não conseguiu se registrar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a tempo de participar da eleição deste ano, muitos de seus membros foram abrigados na legenda do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, que morreu em um acidente de avião em agosto.
“Nós manteremos uma relação de proximidade, devemos manter essa situação de filiação democrática, após a criação da Rede. Nós devemos trabalhar, inclusive, as grandes questões que estão colocadas no Brasil juntos do PSB”, explicou.
Além de priorizar a coleta do restante das assinaturas necessárias para oficializar a criação do partido, os integrantes da Rede também colocaram como uma questão fundamental a discussão pela reforma política, mas diferente da proposta pelo PT. “Que a reforma política tenha um conteúdo consistente, com discussões sobre financiamento de campanha e coligações proporcionais. Totalmente diferente do PT”.