quarta-feira, 29 de abril de 2015



Correção: 'Fusão com PSB vai mudar correlação de forças', diz presidente do PPS

A nota enviada anteriormente continha um erro. PSB e PPS têm, juntos, 45 deputados federais, e não 55, como informado. Segue o texto corrigido:
De olho nas eleições municipais de 2016, PSB e PPS anunciaram nesta quarta-feira, 29, o início do processo de fusão das duas siglas. A ideia é que o trâmite seja concluído até junho para que em outubro, prazo legal estabelecido pela Justiça Eleitoral, o novo partido esteja montado e apto a disputar prefeituras das capitais no ano seguinte.
Com a filiação dada como certa da senadora Marta Suplicy (SP), que deixou o PT ontem, o novo partido pretende lançá-la à prefeitura paulistana. Segundo o presidente do PSB, Carlos Siqueira, Marta assinará a filiação nos próximos dias. "Teremos nomes competitivos para quase todas as capitais", disse.
Na coletiva de imprensa de hoje, Siqueira e o presidente do PPS, Roberto Freire, deixaram clara a posição de independência com tendência oposicionista. "Não temos motivos para apoiar o governo", enfatizou Siqueira.
Os dirigentes lembraram que PPS e PSB compõem uma base de esquerda que estiveram juntas durante o golpe militar, o movimento das Diretas, a Constituinte e o governo Itamar Franco. "A fusão vai mudar a correlação de forças no País", comentou Freire, destacando que a reaproximação dos partidos se deu na eleição presidencial de 2014 com o lançamento da candidatura de Eduardo Campos, morto em agosto passado. "Somos dois partidos com raízes na esquerda democrática", completou Siqueira.
Divergências
O PSB deixou a base governista em 2013, quando já preparava o lançamento da candidatura presidencial de Campos. Atualmente o partido assumia uma postura de independência, enquanto o PPS mantinha um forte discurso de oposição. As diferenças são sentidas na Câmara dos Deputados, onde as bancadas têm orientando seus deputados de forma oposta nas votações. Na entrevista, Freire minimizou as diferenças e disse que agora buscarão a unidade entre as duas siglas.
"A gente sente deles uma disposição de rever alguns pontos", comentou o deputado Júlio Delgado (PSB-MG). A primeira sinalização dos novos rumos no discurso foi demonstrada hoje, quando Freire disse que o movimento pró-impeachment de Dilma não foi discutido no PPS. "As condições não estão dadas", justificou. O PSB se coloca contra o impeachment.
A primeira divergência pública é sobre o novo nome da sigla. Os pessebistas defendem que seja mantido PSB com a inclusão do número 40 da legenda. "Somos uma marca consagrada, não tivemos decréscimo de uma eleição para outra. Acho que não devemos mudar uma marca que está dando certo", defendeu Siqueira. Já o PPS quer que fique PS (Partido Socialista) 40. "Isso não será impedimento para algo muito maior", desconversou Freire.
Com a fusão, PPS e PSB terão nove senadores (já incluindo Marta Suplicy e a ex-tucana Lúcia Vânia, que estão em negociação), três governadores, 45 deputados federais, 92 deputados estaduais, 568 prefeitos (sendo quatro de capitais), 5.831 vereadores e 792 mil filiados.



Fernando Haddad alfineta Marta Suplicy e diz que ‘hora do debate' para comandar a Prefeitura de SP vai chegar
Brasil Post |  De Thiago de Araújo
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Publicado: 29/04/2015 11:31 BRT Atualizado: 4 horas atrás

O prefeito Fernando Haddad (PT) falou pela primeira vez sobre a saída da senadora Marta Suplicy da sigla, oficializada nesta terça-feira (28). Em entrevista àRádio Capital na manhã desta quarta-feira (29), o petista evitou fazer críticas diretas à agora ex-petista, a qual o ajudou a entrar na vida política, mas não concordou com as razões apontadas por ela para sair.
“Por cinco vezes ela (Marta) foi candidata majoritária, fora deputada, e duas vezes ministra nomeada pelo (ex-) presidente Lula. Então a crítica de que ele não a prestigiou não me parece justa. Acho que ele deu todo o apoio, o presidente Lula sempre prestigiou todos os companheiros, mas ninguém pode ter exclusividade do apoio. Você está em um colegiado, tem que dar espaço para outras pessoas”, afirmou Haddad.
Marta Suplicy alegou, na sua saída, que o PT se desviou dos seus caminhos nos últimos anos. Oficialmente, ela negou que a mudança de partido tenha ligação com o seu desejo de sair candidata à Prefeitura de São Paulo em 2016 – com Haddad no partido, a tendência é que ele tente a reeleição. O atual prefeito preferiu negar que tenha se decidido pela reeleição, porém ressaltou que o momento desse debate chegará.
“Temos um ‘ano sim’, um ‘ano não’ de eleições. No ‘ano não’, vamos discutir os problemas que temos que enfrentar. No ano de eleição, aí cada um vai apresentar a sua plataforma, vai dizer o que fez, quanto pegou com dívida, quanto largou com dívida para o sucessor, se estragou as contas púlicas, se planejou o futuro da cidade. É isso que a população vai querer saber”, explicou o prefeito.
Durante a defesa do PT, Haddad ainda alfinetou o PSDB, o partido que tem “sempre os mesmos dois candidatos”, sem tecer nomes – possivelmente, no âmbito paulista, o petista deveria estar se referindo a Geraldo Alckmin e José Serra, que capitanearam quase todas as disputas majoritárias em caráter municipal, estadual e até federal nas últimas duas décadas. O prefeito lembrou o próprio a si mesmo e o caso de Alexandre Padilha, que foi candidato ao governo de SP em 2014, comobons exemplos de renovação necessária.
Em relação à capital paulista, Haddad voltou a defender as ciclovias e as faixas exclusivas de ônibus, as quais contribuem para o ganho de velocidade dos ônibus e ganho de tempo na vida da população.
Sobre o protesto realizado durante uma aula do prefeito na pós-graduação daUniversidade de São Paulo (USP) na última segunda-feira (27), o petista reconheceu que há uma carência de transporte público na zona sul da cidade, mas disse que ‘questões ambientais’ não o colocam como único ‘vilão’ nessa discussão.
“É um drama isso. Eu reconheço que há uma grande dificuldade dos moradores em saírem da região. Nos comprometemos a fazer uma discussão com eles lá, levar as autoridades também do Estado e da prefeitura lá (para discutir soluções). O que os órgãos ambientais temem? Se leva linha de ônibus regular, você estimula a ocupação daquilo que não pode ser ocupado. Há área de água, de preservação ali. As duas principais represas – Billings e Guarapiranga – estão lá”, defendeu-se.
O prefeito reforçou que irá cumprir todas as suas promessas de campanha, com a inauguração de hospitais e disponibilização de mais vagas em creches e moradias. Quanto à dengue, Haddad disse que 80% dos focos do mosquito são domiciliares, o que comprovaria que é um problema comportamental da população em não permitir a existência de criadouros do mosquito.
Contra a cobrança das sacolinhas
Haddad falou ainda sobre a ação da Prefeitura de São Paulo na Justiça que querbarrar a cobrança pelas novas sacolas plásticas feita pelos supermercados. A ação civil pública foi protocolada no começo da noite de terça-feira na Vara da Fazenda Pública, na Justiça Estadual, e tem objetivo similar ao pedido da SOS Consumidor, que recorreu judicialmente contra a cobrança, mas teve a liminar negada na semana passada.
Na ação ajuizada pela Prefeitura, Haddad pede que a Justiça conceda liminar contra a Associação Paulista de Supermercados (Apas), Carrefour, Pão de Açúcar, Walmart, Futurama, Sonda, D’Avó Supermercados e Supermercado Dia. A Apas é a mais representativa entidade do setor de supermercados de São Paulo, com 1.258 empresas. Caso a Justiça decida favoravelmente à Prefeitura, os associados da Apas e os sete estabelecimentos citados na ação estarão impedidos de vender as sacolas reutilizáveis.
As embalagens - nas cores verde e cinza - começaram a circular no comércio no dia 5 de abril, como alternativa do poder municipal às tradicionais sacolas brancas, que passaram a ser proibidas por lei. De acordo com a Prefeitura, "ao cobrar pelas sacolas reutilizáveis, o comércio varejista desestimula a política municipal de reciclagem". A venda das sacolas plásticas, argumenta a Prefeitura, "é um empecilho para o sucesso de qualquer programa de reciclagem".
“O que pedimos aos mercados? Já que existia uma lei proibindo a sacola plástica, nós criamos uma sacolinha verde para estimular a coleta seletiva e imaginávamos que os mercados fossem aderir para que as pessoas, no dia da coleta seletiva, depositassem o material reciclável. Para nossa surpresa, todos resolveram cobrar, nem teve concorrência entre eles”, afirmou Haddad, defendendo a ação do município.
O texto explica que o comerciante, que deveria contribuir para o combate à degradação ambiental, "age no sentido de repassar integralmente ao consumidor o custo dessa reparação". E completa: "Mais que isso: não colabora (a rigor, "joga contra") com o poder municipal". Dos 96 distritos da capital, 40 têm coleta seletiva universalizada. Em 2015, a meta Haddad é universalizar mais 14 distritos - e chegar a 100% em 2016.
Na ação da SOS Consumidor, que acabou sendo extinta por desistência da entidade, apenas o aspecto de uma suposta cobrança abusiva era abordado. A SOS entendia que havia duplicidade em vender o item, já que o preço estaria embutido nos valores dos demais produtos.
Na ação, Haddad faz um apelo para a cooperação "essencial" entre o setor público e o empresarial no cumprimento da Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS), que prevê a redução na geração de resíduos e a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos. "A substituição dos antigos modelos de sacolas plásticas por sacolas reutilizáveis, destinadas especificamente à coleta seletiva, é uma importante iniciativa de aprimoramento do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos", em aplicação da política nacional. As novas sacolas teriam a função, segundo o texto, de "conscientizar" consumidores sobre a necessidade da separação correta dos resíduos.
(Com Estadão Conteúdo)
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Após vazamento de documento que incrimina Eduardo Cunha, diretor de Informática da Câmara é demitido

Publicado: Atualizado: 


O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), citado naOperação Lava Jatodemitiu nesta terça-feira (28) o diretor do Centro de Informática da Casa, Luiz Antonio Souza da Eira. Cunha argumentou que exonerou o funcionário porque ele não estava cumprindo a carga horária. “Ele quebrou minha confiança”, disse o peemedebista.
Ao G1, Eira afirmou que não iria comentar os motivos de Cunha. Destacou que é servidor da Câmara, disse que respeita a instituição e cumpre as regras.
Nos bastidores, a informação que circula é outra. Uma reportagem pela Folha de S.Paulo nesta terça-feira mostra que os registros de computadores da Câmara indicam que Cunha aparece como “autor” de requerimentos citados como suspeitosna Operação Lava Jato, que investiga casos de corrupção na Petrobras.
Cunha alega que os requerimentos foram feitos pela ex-deputada Solange Almeira (PMDB-RJ). Esses documentos foram protocolados na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle em 2011. Eles pediam informações de contratos da Petrobrascom a Toyo e a Mitsui ao Tribunal de Contas da União e ao Ministério de Minas e Energia.
Para o peemedebista, tem alguém que quer incriminá-lo. De acordo com a Folha, ele direciona a suspeita para Eira.
“Estranhamente na semana passada eu determinei uma mudança na carga horária da área de TI. Essa mudança de carga horária provocou uma revolta. O pessoal não estava cumprindo a carga horária. Eu determinei o ponto eletrônico, a mudança da carga horária na quinta-feira e, de repente, 24 horas, 48 horas depois, aparece um documento Word. Então essas coisas têm que ser investigadas."

domingo, 26 de abril de 2015


É o dinheiro, estúpido – ou o “tiro na cabeça do PT”



A primeira parte do título acima parafraseia duas declarações clássicas da política moderna. “É a economia, estúpido”, dita por James Carville, marqueteiro de Bill Clinton, em 1992, na vitória contra um George Bush pai afundado na crise econômica. E “siga o dinheiro”, o conselho que o informante incógnito Garganta Profunda deu ao jornalista Bob Woodward, na investigação do caso Watergate, que derrubaria Nixon em 1974.
Eu acho as análises políticas de Ferreira Gullar um tanto simplórias, mas na sua coluna deste domingo, em O Fenômeno Lula, seu approach básico resume bem uma parte do problema. O início do fenômeno Lula foi resumidamente a convergência de um sindicalista não-revolucionário, Lula, com intelectuais marxistas frustrados com o socialismo real da União Soviética e seus satélites (só faltou mencionar os movimentos de esquerda ligados à Igreja).
Depois de descartados os intelectuais sinceros do governo, e embarcados os partidos fisiológicos da base, como disse Gullar, “um dos instrumentos principais desse projeto de poder era a Petrobrás. E ele não demorou a tomá-la nas mãos, nomeando para cargos fundamentais gente do partido e aliados, numa aliança corrupta que, mais tarde, a Operação Lava Jato revelaria”.
Como se vê, um dos centros da questão é a sustentação de todo esse imenso aparato que o PT se tornou. Com conjuntura econômica internacional favorável tudo funcionou – dava para continuar enriquecendo as grandes corporações e distribuir algum para o povo sem que o rombo da corrupção (e da contratação de “companheiros” incompetentes em cargos bem-remunerados em toda a máquina estatal) ficasse muito visível. Não é mais o caso.
Esta semana, começaram a se configurar situações que envolvem a sustentação financeira do PT, e dos partidos da base. PT, PMDB, PSDB e o antidilmismo não-partidário se angustiam com os movimentos do jogo de xadrez que a conjuntura política se tornou, mas estão se apresentando questões mais pragmáticas que poderão vir a ter um peso importante.
Primeiro, é o temor do PT que uma multa literalmente milionária seja inflingida ao partido pelo Ministério Público Federal. O valor poderia vir a ser equivalente ao que o delator Pedro Barusco, ex-diretor da Petrobrás, avalia que o PT tenha recebido em uma década de corrupção, cerca de US$ 200 milhões (quase R$ 600 milhões). O valor que o PT recebe do chamado fundo partidário (cerca de R$ 25 milhões em 2014) ficaria retido pela Justiça Eleitoral.
Na semana passada, o PT havia anunciado que não vai mais receber doações de empresas privadas, ao mesmo tempo em que escolhia o sucessor de José Vaccari, que foi preso (assim como o tesoureiro anterior, Delúbio Soares, havia sido, pelo envolvimento no mensalão). Claro que nestas circunstâncias o PT já não estava recebendo doação empresarial nenhuma – a solução será voltar às velhas campanhas de arrecadação com os filiados, mas essas só cobrem os antigos “custos amadores” da agremiação.
É nesse cenário que Dilma sancionou o Orçamento Geral da União. Sem vetar a emenda contrabandeada pelo relator Romero Jucá, que triplicou o valor destinado ao fundo público partidário (dos R$ 289,5 milhões propostos pelo Executivo para R$ 867,5 milhões), num ano em que nem há campanha eleitoral. O orçamento foi aprovado em votação simbólica, e Jucá incluiu o aumento na pauta sem que ele tivesse sido debatido. No meio da tentativa de ajuste fiscal, Dilma ficou tentada a vetar, mas foi convencida do contrário pelo PT.
Romero Jucá é do PMDB. Numa ciranda bizarra, o vice-presidente e articulador político do governo, Michel Temer, que é do mesmo partido, disse inicialmente que o valor sancionado para o fundo poderia ser contingenciado (retido pelo governo) em parte. Alertado de que essa verba não é suscetível de contingenciamento, Temer agora quer que o PMDB devolva 25% do valor que deveria receber – e assim colaborar com o ajuste fiscal. A iniciativa de Temer pegou o PSDB, na oposição, de surpresa – o partido estava pensando em fazer uso político, exatamente, da devolução, para afirmar que o aumento foi irresponsável.
Depois dos protestos contra Dilma, no dia 12 de abril, o líder do movimento Brasil Livre, Kim Kataguiri (foto), foi acusado pelos blogueiros petistas de dizer que o PT tem que “levar um tiro na cabeça”. Disse mesmo. A frase foi tirada de contexto. Era uma resposta ao senador do PSDB, Aloysio Nunes Ferreira, que tinha declarado que não queria o impeachment, mas sim deixar o governo sangrar. Na sexta feira, Kataguiri iniciou uma caminhada rumo a Brasilia, pelo impeachment. As caminhadas são, como se sabe, um instrumento tradicional da esquerda. Está tudo de cabeça para baixo – o governo Dilma e o PT inclusive, e continuam sangrando. Podem não levar tiro, mas acabarem asfixiados – pela falta de dinheiro, estúpido.


Reunião ministerial de 10 horas termina inconclusiva



Ao término do encontro, o Palácio do Planalto anunciou que novas reuniões devem ser programadas para os próximos dias. Até o momento, não constam compromissos oficiais na agenda da presidente para este domingo, que começará a semana com duas viagens, uma para Xanxerê (SC) e outra para Goiana (PE).
O encontro ocorre num momento em que o governo tenta avançar no lançamento de uma nova rodada de concessões em infraestrutura, já antecipada pelos ministros do Planejamento, Nelson Barbosa, e da Fazenda, Joaquim Levy. No fim de março, Barbosa disse que o governo anunciaria "nos próximos dias" concessões de mais três aeroportos, de Salvador (BA), Florianópolis (SC) e Porto Alegre (RS). Já Levy disse na semana passada, em reunião no Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington, nos Estados Unidos, que o governo apresentaria até o início de maio um novo pacote de concessões. A expectativa é de que o anúncio de novos investimentos, em um momento de dificuldade da economia brasileira, possa criar um ambiente positivo em um cenário de inflação elevada, ajuste fiscal e de expectativa de retração do Produto Interno Bruto (PIB).
Os primeiros ministros chegaram ao Palácio da Alvorada ainda antes das 9 horas da manhã e alguns só saíram por volta das 19h30. Entre os primeiros a chegar estavam Barbosa e Levy e o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante. O ministro Edinho Araújo, da Secretaria Especial de Portos, foi o último a chegar, por volta das 18 horas. Além de ministros, estiveram presentes também técnicos do governo e quatro representantes dos bancos públicos.
Entre os técnicos confirmados estavam quatro secretários da Fazenda: Tarcísio Massote de Godoy (Secretário-executivo), Fabricio do Rozario Valle Dantas Leite (secretário-executivo adjunto), Marcelo Barbosa Saintive (Tesouro Nacional) e Paulo Guilherme Farah Corrêa (Acompanhamento Econômico).
Entre os ministros, participaram também Izabella Teixeira (Meio Ambiente), Kátia Abreu (Agricultura), Edinho Silva (Comunicação Social), Antônio Carlos Rodrigues (Transportes), Gilberto Occhi (Integração Nacional), Eliseu Padilha (Aviação Civil), Gilberto Kassab (Cidades), e Ricardo Berzoini (Comunicações). Como representantes de instituições financeiras, participaram Miriam Belchior, presidente da Caixa Econômica Federal, Alexandre Abreu, presidente do Banco do Brasil e Wagner Bittencourt, vice-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O vice-presidente de Infraestrutura do Banco do Brasil, César Borges, também participou da reunião.



Ex-ministro de Lula e Dilma, Lupi diz que PT ‘roubou demais’ e ‘se esgotou’


BRASÍLIA- Ex-ministro dos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff e um dos “faxinados” do mandato passado, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, disse que os petistas “roubaram demais” e que o partido deles “se esgotou”. “O PT exauriu-se, esgotou-se. Olha o caso da Petrobrás. A gente não acha que o PT inventou a corrupção, mas roubaram demais. Exageraram. O projeto deles virou projeto de poder pelo poder”, disse Lupi um dia após a Petrobrás divulgar que a perda da estatal com a corrupção chegava a R$ 6,2 bilhões. 
A declaração foi feita durante um encontro com correligionários na quinta-feira, em São Paulo. O Estado teve acesso à fala de Lupi, que foi confirmada pelo próprio dirigente pedetista.
Na conversa, o presidente do partido fez ressalvas a programas simbólicos dos governos petistas, como o Bolsa Família. “Tirou milhões da miséria, isso é bom para caramba. O Nordeste é outro (avanço), é verdade. Quem não vê isso é mentiroso, nojento. Eu tenho raiva deles. Mas (o governo) criou também uma dependência. Eu vejo gente que não quer trabalhar para manter o Bolsa Família, isso está errado. O programa tem que ser instrumento para tirar da miséria, não para manter na miséria.”
Aos correligionários, Lupi também reclamou do tratamento dado pelo PT ao PDT desde que as duas legendas formalizaram a aliança em 2006, quando o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva disputava a reeleição. “A conversa com o PT, com o meu amigo Lula e com a presidente Dilma, é qual o naco de poder que fica com cada um. Para mim, isso não basta. Eu não quero um pedaço de chocolate para brincar como criança que adoça a boca. Eu quero ser sócio da fábrica, eu quero ajudar a fazer o chocolate.” 
Em um momento de autocrítica, o presidente do PDT disse que o partido se “acomodou” por estar no poder, mas que, diante da insatisfação demonstrada pela população nas ruas, o partido precisa começar a buscar novos caminhos ou sofrerá as consequências no futuro.
Carlos Lupi, presidente do PDT MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃOEx-ministro de Lula e Dilma, Lupi diz que PT ‘roubou demais’ e ‘se esgotou’: Carlos Lupi, presidente do PDT© Fornecido por Estadão Carlos Lupi, presidente do PDT
“Se a gente não acordar para isso, daqui a pouco a população vai fazer como juiz de futebol: vai dar cartão vermelho para gente. Para muitos, já está dando”, disse Lupi. De acordo com aliados do dirigente pedetista, esse tem sido o tom usado por ele durante as reuniões com as Executivas estaduais do PDT desde o início do ano. 
Segundo Lupi, o fato de nas últimas eleições candidatos como o palhaço Tiririca (PR-SP) e o ex-jogador Romário (PSB-RJ) terem sido eleitos para cargos no Legislativo demonstram o descontentamento das pessoas com a figura do político tradicional. “O povo está fazendo isso para sacanear a gente. Está dizendo: ‘Seus babacas, me respeitem, porque senão olha o que eu vou fazer com vocês. Em vez de votar em vocês, eu vou votar no Tiririca, vou votar no Romário’.”
Planos. Procurado pelo Estado, Lupi confirmou o teor do discurso feito na quinta-feira. Ele nega que o PDT pense em deixar a base aliada neste momento. Acomodado no Ministério do Trabalho – cujo atual titular é Manoel Dias –, o partido conta hoje com 19 dos 513 deputados da Câmara e 6 dos 81 senadores. 
Ex-ministro do Trabalho, Lupi deixou o governo Dilma em dezembro de 2011, após uma série de denúncias de irregularidades envolvendo integrantes da pasta. Apesar de o partido continuar no comando do ministério até hoje, a relação entre PDT e PT está a cada dia mais estremecida. Parte dos senadores do partido defende a saída imediata da base do governo. Na Câmara, a bancada da sigla não tem mais seguido a orientação do Palácio do Planalto na hora das votações. 
Até agora, Lupi era apontado como o que mais resistia à ideia de deixar a base aliada. Hoje, no momento em que o PT passa pela sua maior crise desde que assumiu o governo, em 2003, o dirigente trabalhista resume assim o seu sentimento: “A gente não quer ser um rato, que foge do porão do navio quando entra a primeira água, mas também não queremos ser o comandante do Titanic, que ficou no barco até ele afundar”.

sábado, 25 de abril de 2015



Partido dos Trabalhadores pode falir ou acabar após descobertas da Operação Lava Jato, diz jornal

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Partido dos Trabalhadores (PT) destacou na semana passada que não aceitará mais recursos de doações empresariais. Mas pode ser tarde demais para isso. É o que aponta reportagem publicada nesta segunda-feira (20) pelo jornal Folha de S. Paulo. De acordo com a publicação, a cúpula do partido da presidente Dilma Rousseff está com medo.
O primeiro temor passa pelo que as investigações da Operação Lava Jato possam trazer a público nos próximos meses. Já há um indicativo do Ministério Público Federal (MPF) de que todos os envolvidos – incluindo partidos políticos – terão de ressarcir os cofres públicos, tão logo sejam confirmadas práticas de corrupção e desvio de recursos.
Os apontamentos do delator Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobras, de que o agora ex-tesoureiro petista João Vaccari Neto, preso na semana passada, apontam para um montante de até US$ 200 milhões recebidos pela sigla, entre 2003 e 2013. Segundo a Folha, uma multa desse tamanho, caso aplicada ao PT,quebraria o partido, que não teria como pagá-la.
Outro medo que já atinge os caciques do PT, de acordo com a Folha, é de que o partido possa até ter o seu registro cassado, caso condenado pela Justiça. O pacote anticorrupção apresentado pelo MPF em março tem essa medida prevista em casos de desvio de dinheiro público. Por ora, o pacote ainda precisa ser analisado e aprovado pelo Congresso Nacional.
TCU é outra dor de cabeça do partido
As conclusões do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a ‘pedalada fiscal’ que teria sido cometida por Dilma nas contas públicas no ano passado também continua dando dor de cabeça ao governo federal e ao PT.
Segundo a coluna Painel, da Folha, os R$ 2,3 trilhões não contabilizados em passivos da Previdência em 2014 são “graves” e aumentam o risco das contas da presidente serem rejeitadas.
Ainda de acordo com a coluna, há uma chance do TCU considerar Dilma responsável em pelo menos um dos 40 processos que envolvem os atos administrativos daPetrobras, os quais estão sob análise do tribunal.
Para a oposição, qualquer posição do TCU que aponte para um crime de responsabilidade de Dilma poderia ser o estopim para um pedido de impeachmentcontra a petista, desta vez com elementos reais que pudessem prosperar na Câmara dos Deputados. No fim de semana, o presidente da Casa Eduardo Cunha (PMDB-RJ) disse não ver a ‘pedalada fiscal’ como argumento suficiente para um impeachment de Dilma.
Até mesmo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) discordou de nomes do seu partido, como os senadores Aécio Neves e Cássio Cunha Lima, quanto a um pedido de impeachment que os tucanos possam fazer neste momento. Para FHC, por enquanto tudo não passa de tese, com poucas chances de prosperar.
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