segunda-feira, 23 de maio de 2016



Aperte o cinto, você está aterrissando no Brasil

Josias de Souza
Um campo minado ou areias movediças, escolha sua metáfora para o cenário escolhido por Michel Temer para aterrissar os brasileiros depois que sua equipe sobrevoou por sete dias as ruínas herdadas de Dilma Rousseff. Um pouso forçado num Brasil com aparência de sumidouro talvez seja a descrição mais adequada para o que está acontecendo.
Na segunda semana do seu governo provisório, Temer apresentará o resultado do inventário preparado por sua equipe. Juntará casos de barbeiragem administrativa, irregularidades e insinuações de sabotagem para pintar um quadro caótico. Depois de diagnosticar todas as culpas ao governo de Dilma, Temer dirá que, para que o país saia do caos, será necessário aumentar a dose do purgante.
Nesta sexta-feira, os ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Romero Jucá (Planejamento) prepararam o pouso. Saímos de uma meta de superávit de R$ 24 bilhões para 2016, que Dilma já havia pedido ao Congresso que convertesse num buraco de R$ 96,7 bilhões. E chegamos numa cratera que, depois de estimar em até R$ 200 bilhões, a turma de Temer fechou em R$ 170,5 bilhões —um buracaço.
Jucá criticou o vaivém que marcou a gestão Dilma, conhecida por divulgar metas que não se cumpriam. “A postura deste governo será diferente”, disse o novo titular do Planejamento. “A meta fiscal não é novela para ser feita em capítulos. Vamos trabalhar para fazer com que os números ganhem confiança. A visão deste governo é diferente do outro exatamente porque não estamos escamoteando a verdade.”
Meirelles ecoou Jucá. A meta “é trasparente e realista”, disse. “A mensagem fundamental é essa. É uma meta realista e estimada dentro de critérios rigorosos —o mais próximo possível do estimado hoje pelo mercado. Ela é feita com parâmetros realistas e próximos a parâmetros de mercado”, acrescentou Meirelles, antes de enumerar os imprevistos que podem conspurcar o realismo da nova meta.
Nas palavras de Meirelles, os novos cálculos incluem itens com “margem grande de incerteza”. Ele citou, “por exemplo, a questão da regularização de capitais do exterior. Existem determinadas provisões sobre o que será arrecadado com isso. Existe a renegociação da dívida dos Estados, o pagamento de passivos e despesas. Existe uma série de previsões que estão consolidadas nessa meta.”
Quer dizer: os economistas do novo governo tomam as decisões que precisam tomar, apertam os botões que têm que ser apertados e depois são obrigados a esperar para ver como reagirão esses seres terríveis e imprevisíveis que são as pessoas.
Quantos brasileiros se animarão a repatriar o dinheiro de sonegação escondido em contas abertas no estrangeiro? Os governadores de Estados endividados vão cooperar? São tantas as variáveis que condicionam o resultado da equação que a economia fica parecendo uma forma de bruxaria.
De certo mesmo, por ora, só os 11 milhões de desempregados, o PIB de 2016 apontando para nova queda nos arredores dos 4%, a inflação renitente e a perspectiva de mais sacrifícios. Alguém precisa pensar nas mães e nos pais que sobreviverem ao pouso forçado no sumidouro. Eles têm cada vez menos exemplos para dar aos filhos. “Não minta, meu filho, não minta. Olha que você acaba trabalhando no Palácio do Planalto.”




Reservada para o PP, Caixa destoa da despolitização feita na área econômica

Josias de Souza

No discurso inaugural do seu governo provisório, Michel Temer declarou, há dez dias, que “a moral pública será permanentemente buscada” na sua gestão. Referiu-se à Lava Jato como “referência” em matéria de apuração de desvios. Por isso, realçou, a operação “deve ter proteção contra qualquer tentativa de enfraquecê-la.”
Observando-se os personagens de que se cercou o novo presidente, fica difícil ouvi-lo falar em “moral pública” sem reprimir o sorriso. É como se a caneta de Temer conspirasse para fazer dele um farsante. Ela toma a Lava Jato como “referência” às avessas. Depois de nomear ministros enrolados no escândalo, prepara-se para colocar no comando da Caixa Econômica Federal um apadrinhado do PP.
PP é a sigla de Partido Progressista. Mas poderia se chamar Partido do Petrolão. Considerando-se a quantidade de filiados sob investigação —mais de três dezenas—, a legenda está no topo do ranking da Lava Jato. Ainda assim, o PP já foi aquinhoado com os ministérios da Saúde (deputado Ricardo Barros) e da Agricultura (senador Blairo Maggi).
Numa tentativa de justificar o acréscimo da presidência da Caixa ao butim do PP, auxiliares de Temer alegam que o partido indicou para o posto um funcionário de carreira da instituição bancária estatal. Chama-se Gilberto Occhi. Sob Dilma, ele serviu ao PP como ministro das Cidades entre 17 de março de 2014 e 1º de janeiro de 2015.
Quatro dias antes da votação do impeachment na Câmara, Occhi foi nomeado por Dilma ministro da Integração Nacional. O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), um dos encalacrados na Lava Jato, encostou a barriga no balcão de Temer. Vendeu sua suposta lealdade à presidente petista por dois ministérios e o comando da Caixa. Em carta endereçada a Dilma, Occhi exonerou-se da Integração.
Antes de entregar o controle da Caixa Econômica Federal ao “servidor de carreira” do PP, Temer deveria requisitar cópia do depoimento prestado pelo delator Paulo Roberto Costa ao doutor Sérgio Moro em outubro de 2014. Funcionário de carreira da Petrobras, Paulo Roberto tornou-se diretor de Abastecimento da estatal por indicação do PP.
Se estiver sem tempo, Temer pode se concentrar apenas na última pergunta que o juiz da Lava Jato fez ao delator. Lendo-a, o presidente interino perceberá que o lero-lero do “servidor de carreira” está com o prazo de validade vencido. Antes de dar por encerrado o interrogatório, Sérgio Moro perguntou se Paulo Roberto gostaria de “dizer alguma coisa”.
Eis o que disse o delator: “Queria dizer só uma coisa, Excelência. Eu trabalhei na Petrobras 35 anos. Vinte e sete anos do meu trabalho foram trabalhos técnicos, gerenciais. E eu não tive nenhuma mácula nesses 27 anos. Se houve erro —e houve, não é?— foi a partir da entrada minha na diretoria por envolvimento com grupos políticos, que usam a oração de São Francisco, que é dando que se recebe. Eles dizem muito isso. Então, esse envolvimento político que tem, que tinha, depois que eu saí não posso mais falar, mas que tinha em todas as diretorias da Petrobras, é uma mácula dentro da companhia…”
Convidado por Temer na semana passada para presidir a Petrobras, o engenheiro Pedro Parente, ex-chefe da Casa Civil do governo FHC, impôs uma condição. Foi atendido. Na entrevista coletiva que concedeu na sequência, Parente informou a boa nova aos repórteres: “Não haverá indicações políticas na Petrobras.” O acerto será reproduzido no BNDES, cujo comando foi confiado a uma executiva respeitada: Maria Silvia Bastos Marques, ex-presidente da Companhia Siderúrgica Nacional. Por que diabos será diferente na Caixa?
Governar o Brasil não é tão ruim quanto parece. O horário é bom, o dinheiro é razoável, viaja-se muito e há sempre a possibilidade de poder demitir o Romero Jucá da pasta do Planejamento e retirar o André Moura da liderança do govenro na Câmara, providências que devem resultar em boas sensações. Nos seus primeiros dez dias, Temer ofendeu a inteligência alheia ao trombetear a “moral pública” sob o telhado de vidro. Se levar adiante o plano de entregar a Caixa ao indicado do PP, Temer convidará a nação a fazer papel de boba. Não será atendido.


sábado, 21 de maio de 2016

Teori inclui provas de relação entre Lula e Esteves em denúncia no STF



Teori inclui provas de relação entre Lula e Esteves em denúncia no STF

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O Ministro Teori Zavaski, relator do Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), mandou incluir na denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva novas provas que demonstram a proximidade do petista com o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual. Ambos são acusados de participar da trama para comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró.
A ordem de Teori inclui na denúncia trechos da delação premiada do senador cassado Delcídio Amaral (sem partido-MS), que também foi denunciado por envolvimento no mesmo caso. Delcídio afirmou, nos termos de colaboração, que Esteves é um dos principais mantenedores do Instituto Lula, responsável por organizar as palestras do ex-presidente.
De acordo com o ex-senador, a relação de Esteves com Lula se deve ao fato de o ex-presidente ter sido um dos principais apoiadores dos negócios do BTG, e que Lula era um "alavancador eficaz" de negócios para agentes econômicos no Brasil e no exterior. No pedido enviado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) a Teori, o procurador-geral Rodrigo Janot aponta o "relacionamento estreito" entre o banqueiro e o Instituto Lula.
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"Embora isoladamente não constitua crime, (a proximidade) indica que o contexto das doações a que (Delcídio) faz menção é extremamente relevante para algumas investigações em curso, tanto em ao ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (especialmente a que trata de possível prática de crime de lavagem de dinheiro envolvendo o pagamento de suas palestras), quanto a relacionada à própria organização criminosa do Caso Lava Jato", afirma Janot.
Além de Lula, Delcídio e Esteves, também foram denunciados no mesmo procedimento o assessor do ex-senador, Diogo Ferreira, o ex-advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, o ruralista José Carlos Bumlai, e seu filho, Maurício Bumlai. Todos são acusados de tentativa de obstrução à Justiça ao tentar evitar que Cerveró fizesse delação premiada no âmbito da Lava Jato.
Na decisão, Teori também juntou o trecho da delação de Delcídio sobre Lula e Esteves no inquérito da Lava Jato que investiga parlamentares e operadores do esquema de corrupção por formação de quadrilha. Há um pedido pendente para que o ex-presidente também seja incluído neste inquérito.
As informações do ex-senador sobre o caso também foram atreladas às investigações no Supremo e na 13ª Vara Federal de Curitiba, conduzida pelo juiz Sérgio Moro, sobre o embandeiramento dos postos BR. O caso envolve, além de Esteves, o empresário Carlos Santiago, investigados na primeira instância, e o senador Fernando Collor de Mello (PTC-AL), que tem foro privilegiado.




Sobrinho de Lula é levado coercitivamente para depor em operação da PF

Ação tem como base inquérito do Ministério Público Federal que investiga se o ex-presidente Lula praticou crime de tráfico de influência em favor da construtora Odebrecht

Por: Thiago Bronzatto, de Brasília - Atualizado em 
O empresário Taiguara Rodrigues: para funcionários do governo e executivos de empreiteiras, ele é ‘o sobrinho do Lula’
O empresário Taiguara Rodrigues: para funcionários do governo e executivos de empreiteiras, ele é ‘o sobrinho do Lula’(VEJA.com/Reprodução)
Na manhã desta sexta-feira, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal deflagraram a operação Janus baseada em um inquérito que investiga o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por crime de tráfico de influência internacional em favor da construtora Odebrecht. O principal alvo das buscas e apreensões desta manhã é o sobrinho de Lula, Taiguara Rodrigues dos Santos, que foi conduzido coercitivamente para prestar esclarecimentos junto com o seu sócio José Manuel Camano. Na representação que embasa os mandados, a procuradoria afirma que há "fortes indícios de irregularidades e de condutas, em tese delituosas, no sentido de, no mínimo, dissimular e ocultar valores de origem ilícita". Além da condução obrigatória de Taiguara, houve quebra de sigilos bancário, fiscal e telefônico dos envolvidos no esquema.
Taiguara é filho de Jacinto Ribeiro dos Santos, o Lambari, amigo de Lula na juventude e irmão da primeira mulher do ex-presidente, Maria de Lourdes. Funcionários do governo e executivos de empreiteiras costumam identificá-lo como "o sobrinho do Lula". Em 2012, uma de suas empresas de engenharia, a Exergia Brasil, foi contratada pela Odebrecht por 3,5 milhões de reais para trabalhar na obra de ampliação e modernização da hidrelétrica de Cambambe, em Angola. O acerto entre as partes foi formalizado no mesmo ano em que a Odebrecht conseguiu no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) um financiamento de 464 milhões de dólares para realizar esse projeto na África.
A investigação do MPF tem como objeto principal a suspeita de que Lula, após deixar a presidência em 2011, tornou-se uma espécie de operador da Odebrecht. As apurações apontam que ele usava sua influência política para agir em duas frentes: ajudando a liberar financiamentos do BNDES e na interlocução com presidentes amigos que contratavam os serviços da empreiteira. Apesar de ser investigado no inquérito, o ex-presidente Lula não foi alvo de mandados nesta sexta-feira. Ao todo, a PF cumpriu 2 mandados de condução coercitiva e quatro de busca e apreensão em Santos, no litoral paulista.
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As apurações, iniciadas no ano passado, ganharam robustez neste ano após o recolhimento de documentos das empresas de Lula, da Odebrecht e do BNDES. Alguns deles foram compartilhados pela força-tarefa da Lava Jato. O nome da operação se refere ao deus romano Janus, cuja representação é um homem de duas faces, uma de ancião e outra de jovem.
A operação visa esclarecer os motivos que levaram a Odebrecht a contratar a Exergia Brasil, empresa de Taiguara, entre os anos de 2012 e 2015, para realizar obras na hidrelétrica de Angola. Segundoreportagem de VEJA de março do ano passado, a empresa surgiu após ele virar sócio da companhia portuguesa Exergia, que tem um extenso portfólio de clientes em Portugal e na África. Na época, a Exergia Brasil, sediada em Santos, tinha apenas cinco funcionários e não havia feito nenhuma obra no Estado de São Paulo, de acordo com o Conselho Regional de Engenharia do Estado.
Em outubro do ano passado, convocado na CPI do BNDES, Taiguara Rodrigues afirmou aos parlamentares que recebeu de 1,8 a 2 milhões de dólares em contratos com a Odebrecht. Na ocasião, ele negou que Lula teve influência em seus negócios, mas não conseguiu comprovar as credenciais que lhe aproximaram dos contratos milionários com a empreiteira. Ao detalhar o seu currículo, o empresário afirmou ser vendedor desde os 14 anos e não ter formação acadêmica. "Com o passar dos anos, foram aparecendo oportunidades, como a que me fez chegar aqui, a de trabalhar em Angola", disse ao colegiado.
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sexta-feira, 20 de maio de 2016




20/05/2016 - 08h48

Militares criticam mea-culpa petista

BRASÍLIA - Resolução do PT sobre conjuntura política foi recebida com "indignação" pela cúpula militar. O texto diz que os petistas foram "descuidados" por não terem modificado os currículos das academias militares e por não terem promovido oficiais com "compromisso democrático e nacionalista".
"O que eles queriam, que os militares tivessem ido para as ruas defender o governo? As Forças Armadas são uma instituição de Estado. O erro deles, entre outros, foi ter tentado nivelar o Brasil por governos populistas como Bolívia e Venezuela", disse ao jornal O Estado de S. Paulo o presidente do Clube Militar, general Gilberto Pimentel.
O trecho do documento do PT diz: "Fomos igualmente descuidados com a necessidade de reformar o Estado, o que implicaria impedir a sabotagem conservadora nas estruturas de mando da Polícia Federal e do Ministério Público Federal; modificar os currículos das academias militares; promover oficiais com compromisso democrático e nacionalista; fortalecer a ala mais avançada do Itamaraty e redimensionar sensivelmente a distribuição de verbas publicitárias para os monopólios da informação".
De acordo com o general Rômulo Bini, ex-chefe do Estado Maior de Defesa, o documento expõe "total desconhecimento de como funcionam as Forças Armadas". "Eles queriam militares que abaixassem a cabeça para eles, como se tivéssemos Forças Armadas bolivarianas como na Venezuela? Isso é um absurdo".
Embora as falas sejam de oficiais da reserva, o mesmo sentimento foi observado entre oficiais-generais da ativa, que não se conformavam com a forma como foram tratados pelos petistas, no texto de mea-culpa do partido. Desde que o documento foi tornado público, ele se transformou em objetivo de discussão nas três Forças.
Na segunda-feira, 16, quando tomou posse no Ministério da Defesa, Raul Jungmann elogiou exatamente o comportamento das Forças Armadas durante "uma das mais severas crises enfrentadas pelo País", lembrando que elas "se mantiveram impecáveis" e "no limite de suas competências".
No mesmo tom, o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Nivaldo Rossato, falando em nome das três Forças, ressaltou que "acertadamente as Forças Armadas se desengajaram da política partidária, deixando para os políticos esse engajamento". Rossatto disse ainda que a missão constitucional das Forças Armadas, hoje, "não deixa dúvidas quanto à priorização da defesa do País".
Um general quatro estrelas do Alto Comando do Exército, que pediu anonimato, disse à reportagem que "isso (mea-culpa do PT) é uma confissão de tentativa de aparelhamento em vão das Forças Armadas". E questionou: "e qual é o problema de as Forças Armadas terem cumprido o seu papel constitucional? Não é isso que teriam de fazer? O pior é que eles dizem e escrevem isso. O efeito no Exército está sendo semelhante a 1935, quando tentaram implantar o anticomunismo na Força. Estão todos furiosos e incrédulos. Isso é quase uma declaração de guerra a nós", emendou ele, acrescentando que "os petistas queriam que nós fôssemos Forças Armadas bolivarianas, como a da Venezuela ou da Bolívia que as Forças Armadas são instrumento do governo e isso é inadmissível". Lembrou ainda que as críticas atingiram não só as Forças Armadas, mas várias instituições de Estado, como a Polícia Federal, o Itamaraty e o Ministério Público Federal.
Academia
"Nas escolas militares nós ensinamos honestidade, hierarquia, disciplina, o respeito aos mais velhos", declarou o general Bini. Ele lembrou que uma vez a esposa do então presidente Fernando Henrique Cardoso foi à Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) e se surpreendeu com o número de matéria da área de humanas que ensinamos em nossas escolas desde 1961. Você tem entre as disciplinas direito constitucional, estudo da moral, filosofia, psicologia. Ela achava que nós estávamos só preparados para a guerra", contou ele. E ironizou: "será que acham que nós ensinamos tortura?"
Já o general Pimentel emendou dizendo que "as escolas militares ensinam honestidade, competência e trabalho". Para ele, "se eles queriam encontrar em nossos quadros oficiais socialistas para promover com certeza não iam encontrar de jeito nenhum e pode escrever isso com todas as letras". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Estadão Conteúdo

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política



Partidos articulam “sumiço definitivo” de Maranhão da presidência da Câmara

POR PAINEL
Chá de sumiço Não foi só na sessão de quarta-feira (18) que Waldir Maranhão se transformou em desaparecido político. Integrantes do centrão agora tentam encontrar uma forma de fazê-lo “sumir” por tempo indeterminado. A hipótese mais forte é a de que solicite licença médica por até 120 dias. A oferta para assumir uma secretaria no Maranhão foi descartada por Flávio Dino, que governa o Estado. Os mais próximos do deputado dizem, porém, que o interino segue resistente às investidas.
Mistério Cobrado pelo mercado financeiro por não ter anunciado nada de concreto até agora, Henrique Meirelles (Fazenda) prepara um pacote de medidas para divulgar na semana que vem.
Entrelinhas O PSDB definiu como vai tratar a administração Temer. Em manifestações públicas, o partido se colocará como “colaborador”, jamais como governo.
Em cima do muro Até porque o PMDB também não tem interesse em incensar a tropa tucana. Um dirigente define o tom da relação: “muito temor e pouco amor”.
Made in Brazil Michel Temer aceitou a indicação de Sérgio Amaral como embaixador do Brasil nos EUA. A escolha, feita pelo chanceler José Serra, sacramenta a guinada na política externa.
Meu nome é tchau Ivan Monteiro, diretor financeiro da Petrobras, foi sondado para seguir no cargo, mas avisou que deixará a empresa.
Da onça Amigo de Dilma Rousseff há décadas, o governador Fernando Pimentel (MG) está dando um perdido na petista. Disse a assessores não querer ir de jeito nenhum a um evento com ela e blogueiros nesta sexta, em BH.
Vira-casaca Auxiliares encorajam Pimentel a procurar o presidente interino da República para tratar de projetos de interesse do Estado.
APODE2005PAINEL
‌Possante Não foi só a bicicleta que Dilma ofereceu a José Eduardo Cardozo. Seu Fiat Tipo 1996 também foi colocado à disposição do amigo.
Tô limpo, pô A Justiça paulista acatou pedido de Michel Temer e excluiu o presidente da ação que cobrava IPTU atrasado de um imóvel, que, segundo sua defesa, havia sido vendido em 2002.
Arrumação Secretário Nacional de Cultura de Temer, Marcelo Calero passará o fim de semana em conversa com artistas para desanuviar o clima. O governo também decidiu não mais extinguir a Diretoria de Direito Intelectual da pasta.
Plantão Como trabalha na biblioteca do presídio, o ex-ministro José Dirceu soube da notícia dos 23 anos de detenção pelos telejornais que repercutiram o caso dia todo.
Sufoco Gilberto Kassab ainda não encontrou uma mulher para a Secretaria de Ciência e Tecnologia. Quer que ela tenha prestígio na comunidade científica, contrária à junção do então ministério com o das Comunicações.
Alvos Emilia Ribeiro, ex-ministra interina da pasta, foi a primeira a ser convidada. Agora, o alvo é Helena Nader, presidente da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) e uma das signatárias de um manifesto contra a fusão.
Nem morta Helena Nader afirma que negará até se o próprio presidente Michel Temer convidá-la. “Nada contra Kassab ou o presidente. Só vejo retrocesso”, disse.
Visitas à Folha Marcelo Lyra Porto, presidente da IBM Brasil, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Fabio Scopeta Rodrigues, diretor da Unidade Watson, Fabiana Galetol, gerente de Comunicação e Marketing, e Isabel Campos, assessora de imprensa.
Neca Setúbal, presidente do Conselho da Fundação Tide Setúbal, visitou ontem aFolha.

TIROTEIO
Nunca antes na história desse desse país tantos políticos foram condenados como na era do lulopetismo. 
DE MARCONI PERILLO (PSDB), governador de Goiás, sobre a condenação de José Dirceu a 23 anos de prisão por corrupção, lavagem e formação de quadrilha.

CONTRAPONTO
Efeito orloff Randolfe Rodrigues (Rede-AP) esperou que se esgotassem as discussões na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, nesta quarta-feira (18), e aproveitou o plenário já quase vazio para aprovar a ida de dois ministros à Casa. Queria explicações sobre temas polêmicos da gestão Temer.
Assim que soube da votação surpresa, o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) voltou à comissão esbaforido:
— Randolfe, o que aconteceu? — indagou o congressista, integrante da tropa de choque de Temer.
— Eu bem que te avisei, Caiado. Eu seria você no governo Temer — respondeu, orgulhoso, o adversário.

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