quarta-feira, 21 de dezembro de 2016



Diálogo entre EUA e Rússia está congelado

Moscou, 21 dez 2016 (AFP) - O diálogo entre Rússia e Estados Unidos está "congelado em quase todos os níveis" - afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, nesta quarta-feira (21).

Em entrevista à emissora russa Mir-TV, Perskov garantiu que "o diálogo com os Estados Unidos está congelado em quase todos os níveis. Não nos comunicamos, ou reduzimos ao mínimo os contatos".

Alguns trechos dessa entrevista foram divulgados pela agência de notícias estatal Ria-Novosti.

As relações entre Rússia e Estados Unidos conhecem grandes tensões por causa de suas divergências no conflito sírio e na crise ucraniana.

Já o porta-voz do departamento de Estado americano, John Kirby, garantiu que "o compromisso diplomático com a Rússia se mantém em relação a um grande número de questionamentos", em particular sobre o conflito sírio.

Desde o início do mês, o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, conversou por telefone três vezes com o secretário de Estado americano, John Kerry, segundo a Chancelaria russa.

"O fato de termos divergências significativas com Moscou (...) é algo muito conhecido, mas não há pausas no diálogo", afirmou Kirby.

Essa deterioração de suas relações, inédita desde o final da Guerra Fria, começou depois da reanexação da península da Crimeia por parte da Rússia, enquanto Moscou é acusada por Washington de apoiar os rebeldes pró-russos no leste da Ucrânia. Por esse motivo, sofreu sanções econômicas dos EUA e da União Europeia.

Nesta quarta, a diplomacia russa disse "lamentar" a prolongação dessas sanções decidida na véspera pelo Tesouro americano.

Essas tentativas de pressão sobre Moscou "não têm futuro e estão destinadas ao fracasso", garantiu a porta-voz da Diplomacia russa, Maria Zakharova, acrescentando que a Rússia tomará "naturalmente medidas de represália".

Depois da vitória do republicano Donald Trump nas eleições presidenciais americanas em novembro, o presidente russo, Vladimir Putin, chegou a afirmar que esperava um "diálogo construtivo" e um "trabalho mútuo" com Washington, "para tirar as relações entre Rússia e Estados Unidos de sua situação crítica" atual.

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Obama e Abe selarão reconciliação de EUA e Japão com visita a Pearl Harbor

Washington, 21 dez (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, selarão na próxima semana a reconciliação dos dois países com uma visita conjunta ao memorial das vítimas do ataque japonês a Pearl Harbor durante a Segunda Guerra Mundial.

"Tem uma relevância histórica, prestar respeito aos mortos da época e ressaltar a reconciliação de dois adversários que passam a ser aliados próximos, não só desde a Segunda Guerra, mas especialmente durante o governo de Obama", disse nesta quarta-feira em entrevista coletiva o diretor para a Ásia do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Daniel Kritenbrink.

Obama, que passa as férias de Natal no Havaí com a família, terá um encontro com Abe na manhã de terça-feira. Os dois discutirão esforços para fortalecer a aliança bilateral, as conquistas de cooperação em segurança e economia nos últimos quatro anos.

Depois da reunião, os dois visitarão o Memorial USS Arizona, em Honolulu, no Havaí, onde foram enterrados 1.102 dos 1.117 marinheiros mortos no encouraçado de mesmo nome durante o ataque surpresa japonês contra a base naval de Pearl Harbor, em 7 de dezembro de 1941.

Será a primeira visita de um primeiro-ministro do Japão a Pearl Harbor. A esposa de Abe, Akie, esteve no local em agosto para fazer uma oferenda de flores às vítimas do ataque.

A previsão é que Obama e Abe façam pronunciamentos após a visita ao memorial, mas Kritenbrink indicou que não deve haver uma entrevista coletiva conjunta com os dois líderes.

O diretor para a Ásia do Conselho de Segurança Nacional avaliou que essa visita, nem a que Obama fez à cidade de Hiroshima, alvo de uma bomba nuclear no fim da Segunda Guerra, não teria sido possível há oito anos, quando o atual presidente chegou ao poder.

"Quando o presidente visitou Hiroshima, levou uma mensagem de reconciliação, mostrou que estava comprometido a enfrentar a história. As visitas realmente mostram o milagre e o poder da reconciliação entre os dois países", afirmou Kritenbrink.

Em maio, Obama foi o primeiro presidente dos EUA em exercício a visitar Hiroshima, que há 71 anos foi alvo de uma bomba atômica que matou 140 mil pessoas.

"(As visitas) são uma demonstração poderosa de que os dois países podem superar uma história muito dolorosa e até serem os melhores aliados", destacou o diretor do Conselho de Segurança.

"Obama mostrou que está disposto a encarar os assuntos históricos complicados e não está atado aos eventos do passado, como também vimos em sua política para Cuba", completou.

A lista de convidados para a cerimônia em Pearl Harbor não está fechada, mas a Casa Branca antecipou que haverá a presença de líderes políticos do Havaí, veteranos de guerra e sobreviventes.

O encontro com Abe deve ser o último de Obama com um líder estrangeiro antes de deixar o poder, já que Donald Trump será empossado no próximo dia 20 de janeiro.

Questionado se os avanços na relação entre EUA e Japão estão ameaçadas com a chegada do republicado ao poder, Kritenbrink desconversou, mas afirmou que a transferência de poderes está ocorrendo de forma "fluente".



Propinas pagas pela Odebrecht em obras na América Latina, segundo EUA

Washington, 21 dez 2016 (AFP) - A empreiteira Odebrecht pagou propinas em nove países latino-americanos no montante de "centenas de milhões de dólares" para obter contratos, segundo documentos divulgados nesta quarta-feira (21) pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

Confira abaixo a relação de subornos pagos pela empresa fora do Brasil, segundo documentos judiciais americanos:

- Argentina -Entre 2007 e 2014, a Odebrecht pagou US$ 35 milhões a intermediários que passariam esses valores a funcionários do governo.

Os pagamentos estavam relacionados a pelo menos três projetos de infraestrutura, com os quais a empresa obteve lucros da ordem de US$ 278 milhões.

- Colômbia -Entre 2009 e 2014, a empreiteira pagou mais de 11 milhões de dólares para conseguir contratos de obras públicas, com as quais obteve benefícios de mais de US$ 50 milhões.

- República Dominicana - Entre 2001 e 2014, a empresa pagou US$ 92 milhões em subornos a funcionários oficiais e intermediários para obter contratos de obras públicas.

- Equador -Entre 2007 e 2016, a Odebrecht pagou US$ 33,5 milhões a funcionários oficiais. A empresa encontrou problemas na aprovação de projetos em 2007 e 2008.

- Guatemala -Entre 2013 e 2015, a Odebrecht pagou aproximadamente US$ 18 milhões em propinas, especialmente relacionados com um projeto de infraestrutura.

- México -Entre 2010 e 2014, a empresa pagou US$ 10,5 milhões em propinas a funcionários oficiais mexicanos, inclusive a pelo menos um "alto funcionário" de uma estatal não identificada.

- Panamá -Entre 2010 e 2014, a Odebrecht pagou mais de US$ 59 milhões em propinas a funcionários públicos e intermediários, inclusive um alto funcionário panamenho vinculado a obras de infraestrutura.

- Peru -Entre 2005 e 2014, a empresa pagou US$ 29 milhões a funcionários públicos peruanos, inclusive um projeto de infraestrutura lançado em 2005. Muitos desses pagamentos foram realizados mediante empresas de propriedade do intermediário das negociações. Os pagamentos também estão relacionados com um projeto de transporte lançado em 2008.

- Venezuela -Entre 2006 e 2015, a Odebrecht pagou mais de US$ 98 milhões a funcionários públicos e intermediários venezuelanos. Mediante um intermediário, a empresa pagou propinas a funcionários de uma estatal venezuelana, não identificada.

- Fora da América Latina -A Odebrecht também admitiu o pagamento de US$ 50 milhões em propinas em Angola, e outros US$ 900 mil em Moçambique.





Odebrecht também comunica acordo com autoridades do Brasil, EUA e Suíça

São Paulo - A exemplo do que fez a Braskem mais cedo, a Odebrecht S.A. também anunciou nesta quarta-feira, 21, a assinatura de acordo com o Ministério Público Federal do Brasil, com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos e com a Procuradoria-Geral da Suíça para resolução da investigação sobre a participação da empresa na realização de atos ilícitos praticados em benefício das empresas pertencentes ao grupo econômico.
Em nota à imprensa, a empreiteira diz que como parte do acordo, a holding do grupo concordou em revelar fatos ilícitos apurados em investigação interna, praticados no Brasil e exterior em diversas esferas do poder, e assume sua responsabilidade pela violação das legislações brasileira e suíça aplicáveis e, mais especificamente, da lei norte-americana anticorrupção (Foreign Corrupt Practices Act - FCPA).
A Odebrecht S.A. pagará uma multa no valor de R$ 3,828 bilhões às autoridades do Brasil, Estados Unidos e Suíça. O valor será pago ao longo de 23 anos e a soma das parcelas será reajustada de acordo com a taxa Selic. O pagamento da multa será viabilizado por meio de uma combinação de vendas de ativos já planejadas anteriormente e de geração de caixa das operações continuadas. Segundo a empresa, ao calcular a multa, as autoridades levaram em consideração a plena cooperação com as investigações e as amplas medidas de remediação adotadas pela Odebrecht para corrigir eventuais falhas de conformidade.
Conforme já declarado anteriormente, a Odebrecht diz que "se arrepende profundamente da sua participação nas condutas que levaram a este acordo e pede desculpas por violar os seus próprios princípios de honestidade e ética". A empresa reafirma que permanecerá cooperando com as autoridades e adotará as medidas adequadas e necessárias para continuamente aprimorar seu compromisso com práticas empresariais éticas e de promoção da transparência em todas as suas ações.
Dentre as iniciativas adotadas pela empresa para avançar nesta direção está a implementação de amplas reformas da área de conformidade, que incluem um aumento substancial na equipe e orçamento da área. A Odebrecht concordou ainda em submeter-se a um monitor externo e independente por um período de até três anos, durante o qual a a empresa seguirá aprimorando o seu sistema de conformidade, nos temos mínimos assumidos nos acordos, além de aprofundar as amplas medidas de remediação já adotadas pela Odebrecht e reconhecidas pelas autoridades signatárias.
Adicionalmente, a empresa criou o Compromisso Odebrecht para uma Atuação Ética, Íntegra e Transparente, a ser implementado imediatamente em todos os negócios da Organização. O compromisso torna-se um princípio-chave a ser adotado por todos os Integrantes da Odebrecht, orientando todos os aspectos do futuro da empresa.
"A Odebrecht agradece a oportunidade de virar a página e superar esse doloroso episódio. A empresa e os seus integrantes não se esquecerão das lições aprendidas por meio desta experiência, que servirão como um lembrete constante do que se espera da Odebrecht na busca pela recuperação da confiança pública", diz a empreiteira.


EUA multam Odebrecht em US$ 2,6 bilhões

Washington, 21 dez 2016 (AFP) - O Departamento americano de Justiça multou a Odebrecht em US$ 2,6 bilhões, nesta quarta-feira (21), pelo pagamento de suborno a funcionários públicos em diversos países do mundo.

As autoridades americanas também multaram a petroquímica brasileira Braskem SA em US$ 632 milhões. De acordo com o Departamento de Justiça, as duas empresas se declararam culpadas e fizeram um acordo sobre o pagamento das multas.



Dubai é a primeira cidade a implementar indicadores sustentáveis

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Iniciativa da União Internacional das Telecomunicações busca criar edifícios, sistemas de abastecimento de água e transporte inteligentes; objetivo é tornar as cidades mais habitáveis e ecológicas.
Vista aérea de Dubai, nos Emirados Árabes. Foto: ONU/Eskinder Debebe
Edgard Júnior, da ONU News em Nova York.
A União Internacional das Telecomunicações, UIT, divulgou esta quarta-feira, um relatório sobre a implementação dos indicadores chave para cidades inteligentes sustentáveis.
O primeiro estudo foi feito com Dubai, nos Emirados Árabes, a primeira cidade a se candidatar ao projeto-piloto em 2015.
Século 21
Depois vieram Cingapura; Manizales, na Colômbia; Montevideu, no Uruguai; Buenos Aires, na Argentina; Valência, na Espanha; Santiago, no Chile; Rimini, na Itália e Wuxi, na China.
A iniciativa da UIT busca criar edifícios e sistemas de abastecimento de água e de transporte inteligentes para cidades no século 21.
O secretário-geral da agência da ONU, Houlin Zhao, afirmou que o objetivo é torná-las mais habitáveis e ecológicas.
Ele explicou que "as lições aprendidas em Dubai para se transformar numa cidade sustentável inteligente vão ter um grande valor para outras cidades".
O diretor de telecomunicações da UIT, Chaesub Lee, disse que "a meta da próxima fase da cooperação entre a agência e as autoridades locais é assegurar que os indicadores consigam ajudar a medir o progresso para se alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODSs".

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