sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017


Câmara instala comissão especial da reforma da Previdência e relator diz que não tem ideias fixas

Reuters
BRASÍLIA (Reuters) - A Câmara instalou nesta quinta-feira a comissão especial que analisará a proposta de reforma da Previdência, dando sequência à tramitação da medida tida como prioritária para o governo.
A comissão terá como presidente o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), que foi uma dos mais fieis aliados do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que altera as regras da Previdência será relatada pelo deputado Arthur Maia (PPS-BA).
Pouco antes da instalação da comissão, o relator afirmou que não quer iniciar o debate com “ideias fixas” sobre qualquer tema relacionado à matéria e que pretende apresentar seu parecer na segunda quinzena de março.
“Se tem uma contribuição que o relator pode dar é não entrar com ideias fixas”, disse o relator, quando questionado sobre que pontos da propostas considerava cruciais e quais poderiam ser flexibilizados. “O relator deve ser sempre um catalisador, um facilitador.”
O relator quer realizar um seminário internacional para comparar os regimes de Previdência de diversos países.
“Não estamos aqui inventando a roda nem criando algo inusitado, estamos fazendo uma reforma que hoje é comum ao resto do mundo. A idade mínima, a questão de não haver a integralidade nem a paridade, essas posições não são invenção dessa reforma”, argumentou.
O relator também propôs a realização de uma série de audiências públicas para discutir o assunto, contando inclusive com a presença do secretário da Previdência, Marcelo Caetano.
O plano de trabalhos da comissão deve ser apresentado na próxima terça-feira e deve prever audiências públicas em frentes de debates como o funcionalismo público, as regras de transição e a situação das polícias.
A previsão do relator é que a proposta seja votada pelo plenário da Câmara ainda neste semestre.

(Reportagem de Maria Carolina Marcello)



Ao menos 5 batalhões do Rio têm saída bloqueada por parentes de policiais

Folhapress
Mães e mulheres de PMs bloqueiam entrada
Foto: jose lucena/Futura Press
LUCAS VETTORAZZO RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Familiares de policiais militares do Rio fazem protestos em frente a pelo menos cinco batalhões da capital nesta sexta-feira (10). Desde o início da semana, parentes dos PMs se mobilizam nas redes sociais para repetir no Estado paralisação semelhante à que ocorre no Espírito Santo.
Como a Constituição veda greves da Polícia Militar, familiares de agentes driblam essa regra colocando-se diante dos batalhões e impedindo a saída das equipes de plantão.
Em nota oficial, o comando da PM no Rio diz que o "patrulhamento está normal em todo o Estado". "A manifestação de esposas/parentes de policiais militares que acontece em algumas Unidades da PM, segue pacífica", acrescenta.
A reportagem esteve nas unidades com protestos. Os batalhões visitados pela reportagem que tinham mobilizações são: Batalhão de Choque, CCP (Coordenadoria de Polícia Pacificadora, Ramos, zona norte), 3o (Méier, zona norte), 6o (Tijuca), 16o (Olaria, zona norte). Nesses locais, parentes se agrupam na entrada dos batalhões e impedem a saída dos carros da tropa.
Até as 9h15 desta sexta-feira (10) não era possível ainda mensurar os impactos da mobilização com relação ao policiamento na cidade.
A reportagem faz desde as 5h uma ronda pela cidade. Às 8h, a reportagem cruzou a Linha Amarela, importante via expressa que liga as zonas norte a oeste, e nenhum carro policial foi visto. Ao circular pelas ruas de Olaria, zona norte, a reportagem viu três carros da PM circulando.
Dez mulheres e parentes de policiais se colocaram na porta do 6º BPM (Tijuca) e impedem a saída dos carros de polícia. Elas não quiseram se identificar. Carregavam uma faixa e levavam apitos.
No local, a saída dos agentes é permitida somente após eles mostrarem que não levam a farda na bolsa.
Entre 6h20 e 6h45 nenhum carro havia saído. Duas cadeiras de praia foram colocadas na entrada da unidade. Era possível ver ao menos 20 policiais no interior da unidade, ao lado de carros parados.
Um policial tentou negociar a saída de um carro para render uma equipe de cinco homens que estão na UPP do Andaraí, zona norte, mas foi impedido. As mulheres estão desde 0h desta sexta (10) na porta do local, mas passaram a impedir o trânsito de veículos a partir das 5h.
"Estamos aqui por melhores condições de trabalho para nossos maridos. Não dá para eles trabalharem sem receber", disse a fisioterapeuta D.R, 34 -ela não quis se identificar. Seu marido tem 13 anos de Polícia Militar.
"Eu nunca vi a tropa passar por isso. Eles não têm armamento, colete e o hospital da PM não tem material", acrescentou.
Servidores da segurança do Rio estão sem receber o 13o salário de 2016 e não receberam gratificações por trabalho fora da escala.
O protesto acontece depois do governador do Estado, Luiz Fernando Pezão (PMDB), anunciar que iria reajustar o salário dos agentes de segurança, após boatos de que haveria um motim de PMs no Rio. O reajuste anunciado, contudo, já havia sido negociado em 2014.
MAIS BATALHÕES
No centro, ao menos 12 mulheres de policiais militares do Rio fazem uma mobilização em frente ao Batalhão de Choque. A reportagem encontrou o grupo com cartazes e apitos por volta das 5h10.
Durante os cerca de 20 minutos em que a reportagem esteve no local, apenas um carro deixou o batalhão, depois de um policial negociar a passagem.
Eles iam trabalhar na UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) do Falet, favela no centro do Rio. Os policiais que chegavam cumprimentavam as mulheres e agradeciam o apoio. Das 12 mulheres, apenas uma se identificou como filha de policial. O restante se identificou como mulher de policiais. Elas disseram que se mobilizaram por meio do aplicativo WhatsApp.
A policial civil A.M.R, 48, é mulher de um subtenente do Batalhão de Choque, que trabalha há 18 anos na corporação. Ela afirma que a paralisação é a única forma de se valorizar o trabalho da polícia.




Manifestantes e policiais tem novo dia de confrontos perto da Assembleia Legislativa do RJ

Por Rodrigo Viga Gaier
Reuters
Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - Manifestantes, incluindo black blocs, e policiais voltaram a se enfrentar nesta quinta-feira nas imediações da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, em mais um dia de preparação para a votação da alienação nas ações da Cedae, companhia de saneamento do Rio de Janeiro.
Centenas de manifestantes, a maioria  funcionários da Cedae e servidores do Estado, chegaram cedo na entrada da Alerj para o protesto que começou pacífico.
Eles gritavam palavras e protestavam contra o governador do Estado, Luiz Fernando Pezão (PMDB), que teve o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral na quarta-feira por abuso de poder político e econômico na campanha de 2014.
“Pezão ladrão, cadeia é a solução”, entoavam alguns manifestantes do alto de uma carro de som que também trazia a faixa “Luto do Rio”.
O clima começou a ficar tenso com a notícia da chegada de manifestantes violentos e alguns black blocs. Antes mesmo da confusão começar, dentro da Assembleia já havia um clima de apreensão no ar. “Se prepara porque hoje vai ter barulho”, disse um parlamentar de oposição.
Os manifestantes mais exaltados depredaram vitrines, pontos de ônibus e agências bancárias. A polícia atuou com bombas de gás de efeito moral e até veículo blindado.
O cheiro das bombas foi tão forte que dentro do plenário da Alerj alguns deputados e assessores passaram a usar máscaras de gás.
O protesto e a ação policial provocaram o fechamento de ruas e avenidas próximas à Alerj. Com medo, comerciantes da região também fecharam suas portas. A circulação do VLT (Veiculo Leve sobre Trilhos) foi paralisada e o metrô adotou um protocolo de segurança.
Desde o ano passado, quando a Alerj começou a debater o pacote de austeridade que visa minimizar a crise financeira estadual, a Assembleia está protegida por homens da PM e da Força Nacional de Segurança.
A Mesa da Alerj vem trabalhando nas últimas horas para “limpar“ os vetos apresentados estrategicamente pela oposição, e assim destravar a pauta para votar a alienação das ações da Cedae na semana que vem, provavelmente terça-feira.
"Estamos trabalhando para destravar a pauta e votar na terça-feira. Acreditamos que vai ser aprovado", disse à Reuters o governador Luiz Fernando Pezão.
Na segunda-feira, haverá uma audiência de conciliação em Brasília, marcada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux, que reunirá representantes da Procuradoria-Geral da República, da Advocacia-Geral da União, do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal.
O Estado tenta uma liminar no STF para ser enquadrado antecipadamente no programa de recuperação fiscal dos Estados, um projeto que ainda não foi apreciado pelo Congresso Nacional.
Como a oposição na Alerj aposta numa derrota na votação da Cedae, a última esperança dos oposicionistas é uma derrota do governo do Estado na audiência de conciliação.
“Estão querendo um cheque em branco da Alerj a um governo sem credibilidade, isso não aceitamos", disse à Reuters o deputado Carlos Osório (PSDB). "Se não houver entendimento na reunião de conciliação, teremos argumento para mostrar que não se deve votar a Cedae com essa pressa injustificável.”
Já o deputado Paulo Melo PMDB) avalia que "se não avançar o processo da Cedae pode desligar os aparelhos, porque o Estado já está na UTI e não tem mais nenhuma chance”.



PMDB já era: PSDB estava a beira do abismo, mas deu um passo a frente...

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                         Abraço de afogado
No último dia 2 de outubro, primeiro turno das Eleições Municipais 2016, foram eleitos 5.493 prefeitos. O Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) foi o que mais elegeu prefeitos: 1.026. Na sequência, aparecem o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), que elegeu 792 prefeitos; o Partido Social Democrático (PSD), com 539; o Partido Progressista (PP), com 494; e o Partido Socialista Brasileiro (PSB), com 413 prefeitos eleitos.
O PMDB elegeu o maior número de prefeitos em 14 unidades da Federação: Acre, Alagoas, Amazonas, Amapá, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e Sergipe. O PSD elegeu mais prefeitos em quatro estados: Bahia, Rio Grande do Norte, Roraima e Tocantins. O PSDB conquistou mais prefeituras em Goiás, Mato Grosso do Sul e São Paulo.
Lembre-se: o PMDB saiu das eleições de 2014 como o maior partido do país em Estados administrados. Dispôs também, então, do maior número de municípios e de parlamentares no Congresso Nacional : emplacou sete governadores, a maior quantidade entre as nove legendas que elegeram governantes no ano passado. Em 2012, lembre-se também, o PMDB fez o maior número de prefeitos (1.019 ao todo).
Minha tese já foi exposta aqui no blog: o populacho cansou da “grand politique”. Quer soluções locais. “Quer ser universal, fala de sua aldeia”, notava Tolstoi. O PMDB é o poder da aldeia: são os pais do municipalismo.
Lembrem-se que Quércia foi quem inventou as frentes municipalistas. Elas fizeram do partido o mais forte do Brasil (Luiz Fernando de Souza, o Pezão, o mais novo arauto do municipalismo, vem de uma terra carioca de ninguém, obscuro município de Piraí).
O PMDB aprendeu a resistir a ditadura e a gerenciar o poder depois que ela acabou. Irrigou a democracia dominando nos bairros, nos rincões.
Nos últimos 30 anos muita gente veio prenunciando o paroquialismo político, o poder local. Foucault chamava de “microfísica do poder” e de “atomismo politico”. Sérgio Paulo Rouanet chamava a tendência, nos anos 80, de “pontilhismo político”.
As pessoas querem no poder um representante que conheciam já do bairro: o “médico de família” político. O PMDB é isso.
A irrigação municipalista do PMDB pulverizou o PT. O PMDB corria o risco de dominar o país por cem anos, tipo PRI mexicano.
Mas dançou: Cunha vai deletar Temer ao osso.
Fatos da semana 1 : Na decisão liminar em que impede a nomeação de Moreira Franco como ministro, a juíza Regina Coeli Formisano, da 6º Vara Federal do Rio de Janeiro, dá uma lição de moral em Michel Temer, ao dizer que ele nomeou seu amigo como ministro apenas para blindá-lo da Lava Jato; ela afirma que um “magistrado não pode se trancar em seu gabinete e ignorar a indignação popular”; “Não se afigura coerente, que suas promessas ao assumir o mais alto posto da Republica sejam traídas, exatamente por quem as lançou no rol de esperança dos brasileiros, que hoje encontram-se indignados e perplexos ao ver o seu Presidente, adotar a mesma postura da ex-Presidente impedida e que pretendia também, blindar o ex-presidente Luiz Ignácio Lula da Silva”; Moreira já foi delatado pela Odebrecht e é também investigado por fraudes na Caixa Econômica Federal.
Fatos da semana 2: O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), defendeu na manhã desta quinta-feira, em entrevista à Rádio Estadão, sua gestão e as contas de sua campanha e de seu vice, Francisco Dornelles (PP). Pezão afirmou que irá recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) da decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) que cassou seus mandatos por abuso de poder econômico e político, em razão de irregularidades na prestação de contas de campanha.
E O PSDB?
Vai se escaralhar todo, na Lava Jato. Começando por Aécio…
Quem colocar no lugar?
Não há quem botar no lugar. Pelo menos gente honesta não quer esse lugar.
Leia também:  http://bit.ly/2lvnA7K