terça-feira, 5 de dezembro de 2017




Qual é o nome da mulher que aparece nas cédulas de real?

Felipe Branco Cruz 05/12/2017 07h43..

Veja mais em http://caraoucoroa.blogosfera.uol.com.br/2017/12/05/qual-e-o-nome-da-mulher-que-aparece-nas-cedulas-de-real/?cmpid=copiaecola








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Ao lado do quadro dando uma de turista jeca (a foto ficou ruim, mas é a única que tenho

No Brasil, a mulher das notas de real é uma representação alegórica da República brasileira. Essa mulher mulher — a jovem República — também aparece em algumas obras de arte, como essas acima  À esquerda, um quadro de 1896, exposto no Museu de Arte da Bahia, feito pelo artista Manoel Lopes Rodrigues. À direita, a República em perfil, feito por Décio Villares em 1919
E esta mulher, sim, tem um nome. Ela se chama Marianne e foi batizada pelos revolucionários franceses que utilizaram os nomes mais comuns entre as mulheres pobres do país no século 18: Marie e Anne. A partir de então, Marianne passou a representar os valores de Liberdade, Igualdade e Fraternidade da Revolução Francesa, que, em 1789, derrubou a monarquia absolutista e instaurou a República na França
O rosto de Marianne da nossa nota de real foi inspirado na obra-prima “A Liberdade Guiando o Povo”, de 1830, de autoria do artista francês Eugène Delacroix, atualmente em exposição no Museu do Louvre, em Paris
Quando fui lá, este foi um dos quadros em que fiquei mais tempo observando, tanto pela beleza estética quanto por seu significado. Até posei para uma foto, que ficou bem ruim, como dá para perceber acima. ¯\\_(
A obra mostra Marianne usando na cabeça o barrete frígio (uma touca ou carapuça). Poderosa, com os seios à mostra, ela está armada com mosquetão e baioneta em uma mão e a bandeira tricolor em outra, inspirando o povo a lutar pela liberdade. Ao lado dela, um menino empunha duas armas e marcha por cima de soldados mortos. Ao fundo, a catedral de Notre Dame.

O quadro:


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“A Liberdade Guiando o Povo” (1830), de Eugène Delacroix, em exposição no Museu do Louvre, em Paris


“No quadro, a Liberdade parece uma deusa, uma mulher do povo. Quando ela marcha descalça por cima dos corpos, é como se usasse os inimigos como uma escada para a liberdade”


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Cédula de 100 francos de 1993 com a imagem de Delacroix e a pintura de Marianne
O quadro de Delacroix ficou tão famoso que foi reproduzido em 1993 na cédula de 100 francos, com a imagem do artista à esquerda e Marianne à direita. Não tenho certeza, mas possivelmente esta é uma das poucas notas no mundo que mostra uma mulher com os seios de fora
Marianne é oficialmente o símbolo da república francesa, e seu busto contendo o lema “Liberdade, Igualdade e Fraternidade” está exposto em praticamente todas as repartições públicas do país. Além disso, todas as lojas maçônicas de lá também têm o busto de Marianne, onde é conhecida como “Senhora Maçonaria
Barrete Frígio
Uma curiosidade a respeito do barrete frígio (a tal touca ou carapuça). Ele tem esse nome porque foi originalmente utilizado pelos habitantes da Frígia, onde hoje fica a Turquia, e adotado pelos republicados franceses que derrubaram a Bastilha. O próprio barrete em si passou a representar a República e aparece em diversas bandeiras e brasões republicanos, como o da Argentina e também no da cidade do Rio de Janeiro.
Nas nossas moedas
A efígie da República é representada nas moedas brasileiras desde, obviamente, a proclamação da República, em 1889. Ora ela está olhado para o lado direito. Ora ela está olhado para o lado esquerdo. Em todas as ocasiões, a República está usando o barrete. Não sei explicar o motivo de ela estar olhando para lados diferentes, talvez seja só estético. Se alguém souber, me avise nos comentários.
Nas cédulas brasileiras, a primeira vez que a República apareceu foi em 1889, na nota de 500 réis. Em 1926, ela voltou a aparecer na nota de 20 mil réis. Nas cédulas de cruzeiro, ela foi surgir no reverso da nota de Cr$ 20, mil réis. Nas cédulas de cruzeiro, ela foi surgir no reverso da nota de Cr$ 20, porém como uma estátua mitológica segurando a Constituição, e não como efígie. No caso desta cédula, a efígie é do proclamador da República e nosso primeiro presidente, o Marechal Deodoro da Fonseca
Foi só a partir de 1970, na segunda encarnação do cruzeiro, na cédula de Cr$ 1, que a República surgiu laureada em forma de estátua greco-romana. Mas a representação como conhecemos hoje apareceu pela primeira vez somente em 1989 no Cruzado Novo, na cédula de NCz$ 200. Depois, esta cédula foi reaproveitada com o mesmo valor, só que com um famigerado carimbo, na terceira encarnação do Cruzeiro.
Finalmente, em 1994, ela voltou definitivamente, desta vez em todas as cédulas de real, onde permanece até hoje.
O quadro de Delacroix também inspirou a criação da Estátua da Liberdade, em Nova York, cujo nome oficial é “Liberdade Iluminando o Mundo”
A estátua, um presente da França pelo centenário da Declaração da Independência dos Estados Unidos, foi projetada e construída pelo maçom Frédéric Auguste Bartholdi, baseado no Colosso de Rodes (uma das sete maravilhas do mundo antigo), com estrutura interna de aço projetada por Gustave Eiffel (o mesmo da torre parisiense) e entregue por Napoleão 3º ao presidente americano Grover Cleveland.
A estátua foi inicialmente projetada para mostrar Marianne com os seios aparentes, assim como no quadro, mas o puritanismo americano impediu e ela foi coberta com aquela manta. Na mão direita, ela segura uma tocha e na esquerda uma tábua com a data de 4 de julho de 1776.
Embora a inspiração tenha vindo do quadro de Delacroix, o rosto da Estátua da Liberdade foi moldado de acordo com as feições da mãe de Bartholdi, Charlotte, e a silhueta do corpo foi inspirada em sua noiva.
No pedestal, está escrito “Tragam a mim os exaustos, os pobres, as massas confusas ansiando por respirar liberdade”, do poema The New Colossus, de Emma Lazarus.

Por outro lado, se no Ocidente Marianne foi adotada como a alegoria da República, na Rússia, a personagem é outra: a “Mother Russia” ou “Mãe Rússia” algo como “Terra Mãe” ou “Terra Natal”. Essa imagem é tão forte e tão presente na cultura dos russos quanto a Marianne é na nossa.


“Mother Russia”

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 “Todo mundo tem contato com moedas diariamente. De repente, o governo começa a emitir uma série de moedas em homenagem às Olimpíadas e, ao invés de gastar, você começa a guardar porque quer completar a série. Pronto. Você já virou