ABAIXO, UM ESCRACHO, EM HOMENAGEM AO MILLOR, DO PASQUIM.
AO MILLOR
Há algum tempo atrás
Muuito tempo, quando eu era
um pouco mais que jovem,
adorava ler o Jornal Alternativo
“O Pasquim” e a cara do Pasquim
era a cara do Millor e do Ziraldo,
tinha mais alguns dos bons também,
aliás, vários. Gente que escrevia,
ia preso, voltava e escrevia de novo!
Pena que o Millor, um dos irreverentes
do quase panfletário semanário que
conseguia, pela linguagem do humor,
mostrar as brechas da ditadura, nos
deixou.
Eram uns escrachados e a gente jovem
adorava os escrachados. Mas, não
escrachados por falta de. Pelo contrário,
tanto o Paquim quanto os outros alternativos
eram dose dupla cada dose de leitura,
muito conhecimento, muita cultura e
formação política libertária.
Com esses óculos especiais é que a gente,
gente como eu que estava acordando para
A VIDA, compreendíamos o que pegava
mesmo na forçada da ditadura.
Millor morreu ontem. Pena, eu aqui, inspirado
nos escrachos daqueles corajosos escritores e
cartunistas, estarei também na Praça,
aqui em Guararema, no dia primeiro,
para dar um escracho nesse simulacro
de regime autoritário que impera (ainda) em
Guararema. Está mudando? Está. A custa
de muita pressão e firmeza, de alguns.
Já pensou o Millor (Fernandes), no dia 1º,
sentando ali no Pau
D’Alho, incentivando:
Vai lá Júlio. Dá-lhes.
Fui !
(Um grande abraço ao Millor. Julio).
(Um abraço ao Millor, ele merece. Julio).
