sábado, 14 de abril de 2012

AV. ENG. JOSÉ ANTONIO SALGADO

Inauguração da Avenida.

        É para ficar contente pois mais um obra concluída. Dinheiro foi gasto, trabalhadores e trabalhadoras tiveram trabalho, a economia se movimentou.

     É também triste pois isto, quer dizer, esse fato encerra e comemora mais uma vez,  forma de administração pública conhecida como de catástrofes e situações de risco. Nessa circunstância não interessa ao poder público prevenir catástrofes, principalmente as de uso e ocupação da terra. É o que imagino pois sempre está chegando  verba, verbinha, para consertar as coisas. O que o estafeta do momento não vê, o ignorante, antes de liberar a verba é, por quê, mesmo?

      Nem todas as prefeituras passam por isso. Mas, a prefeitura do Rio de Janeiro está sempre recebendo verbas e pedindo socorro por causa das catástrofes, prometem um monte de casas para a população atingida por enchentes e desbarrancamento mas não tomam providências nenhuma, praticamente nenhuma casa. Afinal, nem acabaram de usar a verba-catástrofe...Aliás, teve caso em que a verba sumiu e a prefeitura está sofrendo processo para dar conta do valor que deveria vir para ajudar o necessitado.

      Lembro-me da Av. João Barbosa de Oliveira, aquela que desbarrancou no início do  ano anterior e os acontecimentos que levaram até ao fechamento da via. Durante um longo tempo, meses, os moradores e comerciantes da região amargaram um fechamento que podia não ter acontecido. Até correu uma história de uma agressão ao Prefeito por parte de um comerciante que estava enfurecido. É o que se fala, ainda. Pode perguntar por aí.

      Também me lembro que cheguei a reclamar o fato de volta e meia, o funcionário da prefeitura, o condutor da escavadeira, ao passar a máquina para limpar os resíduos que rolaram do morro  por vários motivos, principalmente após alguma chuva forte,  nessa pazada (pazada de pá...), acabava fazendo corte indevido na base do morro.

      Ora, todo mundo via que aquele corte só prejudicaria ainda mais o morro e teria mais deslizamentos... Afinal, você pensa: quem ensinou o incauto trabalhador a fazer exatamente o errado? Eu também pensei todo esse tempo que levou para fazer a obra, essa nova via, usando um dinheiro que poderia ser, por exemplo, para colocar mais funcionários, atendentes, auxiliares, enfermeiros e enfermeiras, médicos e médicas plantonistas ou não, à disposição de uma qualidade permanente de atendimento, na saúde, na Santa Casa ! Ou, se aceitarmos o correto, nem precisar usar verba federal que poderia ajudar a população pobre dos outros municípios menos contemplados economicamente.

      Mas, cuidar da saúde com seriedade não se faz.  Acho que é para ensinar a população que ela deve ficar no lugar dela, aceitar as piores condições e não reclamar. Pensam que se a criança crescer vendo que o precário é o precário, nunca terá parâmetro de qualidade para dizer: - mas, porque isso piorou?

      Talvez só se possa fazer isso quando mudar o prefeito para alguém que tenha, em primeiro lugar, o compromisso com o povo. O povo tem que experimentar, mas sem errar. Depois de ver uma administração democrática e popular, que recebe com carinho e admiração àquele ou àquela que porventura reclamar, apontar um erro ou uma insuficiência, num ato de cidadania, aí sim, terá parâmetros para dizer: isto é melhor. Isto também, aquilo, melhor ainda, aliás tudo é melhor. Caramba, Chê. Porque demoramos tanto para descobrir o óbvio?

                                   Vamos em frente que tem mais assunto.
                                         Um abraço. Julio Miyazawa