Cuidado Dilma/Lula: delator chegou no Porto de Santos...
30 de março de 2016
Deu no Claudio Humberto hoje:
INSÔNIA NO ALVORADA
O depoimento de Renato Bayard, ex-Odebrecht, anda tirando sono no Palácio Alvorada. Ele atuou na Lei dos Portos, e testemunhou muita coisa. Sua filha, Julyana, também saiu do grupo, deixando a diretoria financeira da OTP, empresa da Odebrecht que controla a Embraport.
O depoimento de Renato Bayard, ex-Odebrecht, anda tirando sono no Palácio Alvorada. Ele atuou na Lei dos Portos, e testemunhou muita coisa. Sua filha, Julyana, também saiu do grupo, deixando a diretoria financeira da OTP, empresa da Odebrecht que controla a Embraport.
Já publiquei algo que explica isso:
Vamos retomar…
Vou te explicar em detalhes que o foco das ilicitudes em Santos é a Odebrecht,
1 – A Odebrecht comprou um terreno fora da área do porto, ali por volta de 2005 (mais detalhes abaixo). Não era permitido fazer um porto em terreno privado. A Odebrecht fez o Embraport, um grande terminal de contêineres, ficando com 66,7% do capital (o restante é do DP-World, Dubai Port, cujo chairman é Sultan Ahmed Bin Sulayem). A associação com o DP – World ocorreu por volta de 2008. As empresas nada investiram de capital próprio: do R$ 1,8 bilhão de investimento, R$ 663,3 milhões são do BNDES, via Caixa Econômica Federal. Juros? Os mais baixos do país: do Fundo de Investimentos do FGTS, o FI-FGTS, no máximo 3% ao ano. E US$ 786 milhões vieram do Banco Interamericano de Desenvolvimento, BID, devidamente garantido pelo Governo. Aparentemente, não sobrou nada para o DP – World investir.
O porto foi inaugurado em julho de 2013. Já tinha sido financiado com dinheiro oficial, construído e inaugurado quando a presidente Dilma Rousseff assinou, em agosto/setembro de 2013, a lei 12.815, que autorizou a construção de portos em terrenos particulares. Foi feito nos termos da nova lei, mas muito antes que houvesse a lei.
2 – Além de mostrar que é boa de previsão (já que comprou o terreno, projetou o porto, obteve empréstimos oficiais para construí-lo, fez a obra toda e o inaugurou antevendo que algum dia – que, para sua sorte, chegou rapidamente – tudo acabaria se tornando legal), a Odebrecht demonstrou sua capacidade de multiplicação de investimentos: aterrou parte do canal, ampliando seus terrenos, e removeu áreas de mangue, de importância vital para a sobrevivência da vida marinha.
3- Detalhe interessante: este é o maior investimento do BNDES na área de portos, 18% de sua disponibilidade total para todos os portos de todo o país. E o investimento foi feito num projeto que só se tornou legal depois de ter iniciado suas operações.
4 – Historiando: quem primeiro pensou em construir seu porto próprio fora da área do porto de Santos foi a Coimex, que, em 2003 e 2004, queria ali erguer, na margem esquerda do canal, um terminal de fertilizantes. A Odebrecht, contratada para fazer a obra, se interessou em ficar com tudo quando a Coimex entrou em dificuldades. E, com a ajuda da influência de Beto Mansur, inicialmente como prefeito, depois como deputado federal, realizou seu objetivo. Não apenas conseguiu um porto sem colocar capital próprio como ainda foi remunerada, com parte dos empréstimos, para construí-lo.
Vejam alguns detalhes disso já denunciados pela grande mídia impressa
Abaixo, link para matéria do Valor:
O depoimento de Renato Bayard, ex-Odebrecht, vai feder no Planalto…