terça-feira, 6 de dezembro de 2016




PMs invadem igreja ao lado da Alerj para jogar bombas em manifestantes

Paula Bianchi
Do UOL, no Rio
  • Luiz Souza/Fotoarena/Estadão Conteúdo
    Os policiais usavam a sacada para atirar bombas de efeito moral em direção a servidores públicos que participam da manifestação
    Os policiais usavam a sacada para atirar bombas de efeito moral em direção a servidores públicos que participam da manifestação
Policiais militares que atuam no protesto de servidores na área da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) invadiram a Igreja de São José, que fica ao lado da casa legislativa, e usaram o local como base para lançar bombas de efeito moral em direção aos manifestantes. A reportagem do UOL observou que os vidros do segundo andar da edificação estavam quebrados.
A Igreja de São José foi construída em 1807. O prédio já foi utilizado como igreja Matriz da cidade do Rio de Janeiro e, de acordo com o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), não apenas a igreja, mas todo o seu acervo, são tombados.
 
UOL entrou em contato com a Arquidiocese do Rio de Janeiro, que informou não ter sido consultada pela Polícia Militar sobre o uso do templo religioso.
Em seu Twitter, a Polícia Militar informou que entrou no local para coibir depredações: "Foi necessário que policiais do BPChq [Batalhão de Choque] entrassem na igreja vizinha à Alerj para coibir ações violentas no interior e no entorno", diz o texto.
Paula Bianchi/UOL
Manifestantes ateiam fogo a placas na avenida Presidente Antônio Carlos, próximo à Alerj
A corporação disse que não informaria o efetivo presente no local. Foram solicitadas mais informações sobre a atuação policial desta terça por e-mail, mas ainda não houve resposta.

POLICIAIS USAM BOMBAS PARA CONTER MANIFESTAÇÃO NO CENTRO DO RIO

Apesar dos confrontos que ocorrem no entorno da Alerj, a sessão que vai analisar o pacote de austeridade apresentado pelo governo do Estado está sendo realizada. O prédio da Alerj está cercado há duas semanas por grades de ferro e um grande contingente de policiais militares.
A intenção dos servidores é pressionar os deputados a votar contra o pacote anticrise do governo do Estado. Várias medidas penalizam os servidores. Na pauta de hoje, estão duas que eles não se opõem propriamente: a redução dos salários do governador, do vice e de secretários estaduais, e o fim da frota de veículos funcionais.