segunda-feira, 30 de janeiro de 2017


Odebrecht comemora manutenção de sigilo em delações homologadas

Renato Costa/Folhapress/Folhapress
Ministra Cármen Lúcia trabalha em seu gabinete do sábado
Ministra Cármen Lúcia trabalha em seu gabinete do sábado (28)
A Odebrecht comemorou a notícia de que a homologação das delações de seus 77 executivos pelo STF (Supremo Tribunal Federal) não foi acompanhada da retirada do sigilo dos depoimentos prestados à PGR (Procuradoria-Geral da República) e à força-tarefa de Curitiba.
A medida, que garante validade jurídica ao acordo, foi assinada pela ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo, na manhã desta segunda (30).
Segundo a Folha apurou, a empresa ainda se sente muito fragilizada com a divulgação de pagamentos de propina em 12 países, incluindo o Brasil, que tem atrapalhado a venda de ativos e a recuperação financeira da empreiteira.
Os executivos da Odebrecht avaliam como positiva a homologação no sentido de que chancela o acordo e passa a mensagem de uma espécie de "página virada" para o mercado. No entanto, acreditam a divulgação dos depoimentos de seus delatores poderia manteria manter a imagem a empresa vinculada a práticas de corrupção.
Parte dos funcionários que fecharam delação premiada no ano passado, porém, acompanha os desdobramentos com apreensão, pois se prepara para cumprir as penas que foram estipuladas na negociação do acordo –o que, segundo a Folha apurou, deve ocorrer em até dois meses. O ex-presidente da empreiteira Marcelo Odebrecht, por exemplo, foi condenado a dez anos de prisão, dois e meio deles em regime fechado.
O cumprimento dessas penas terá que passar pelo crivo dos juízes de execução, que serão determinados pelo STF.