O PT pode recuperar sua popularidade?
Por Rogério Jordão | Rogério Jordão – 21 horas atrás
Como todos sabem o PT realiza por estes dias seu 5 Congresso em Salvador. Virou lugar comum dizer que o partido atravessa a pior crise de seus 35 anos de história. Pode ser.
Seja como for, o PT terá grande dificuldade para recuperar sua imagem junto ao público mais amplo, se é que um dia conseguirá. Com seu tesoureiro preso e a sigla exposta já há tempos a uma saraivada de denúncias, o PT como marca política parece irreversivelmente danificada a curto e médio prazos.
Apesar dos pesares, o PT ainda é, entre os partidos, o que tem mais simpatizantes no Brasil. Segundo o Datafolha de abril, 13% dizem preferir o PT, à frente de PSDB (7%) e PMDB (6%). Esse preferência, porém, já foi bem maior. Em 2010, no final de 8 anos de governo Lula, quase um em cada três brasileiros (29%) se diziam simpáticos ao PT.
A preferência ao PT evaporou em 5 anos. A popularidade do partido desabou junto com a popularidade de todo e qualquer partido político: atualmente 66% dos brasileiros rejeitam os partidos (antes eram 51%).
Será a rejeição ao PT ou à política como um todo?
Possivelmente as duas coisas, pois para muita gente, em especial os mais jovens, o PT é sinônimo de governo e de política. Sinônimo, pois, de tudo o que está errado (os serviços públicos ruins, a precariedade da saúde, a educação insuficiente), ao mesmo tempo que encarnação da “política”, essa instituição “maléfica”. Mas não apenas isto. No imediato o PT paga o preço de seu principal erro político: não ter avisado à população, antes da eleição de Dilma, que seria necessário um ajuste na economia.
Mesmo assim, na última eleição 11,8 milhões de pessoas votaram em deputados federais do PT, superando o PMDB (10 milhões) e PSDB (9,1 milhões). Mas esses números também declinam: o partido elegeu menos deputados agora do que em 2010. Pela curva das preferências eleitorais, dificilmente o partido deixará de encolher nas próximas eleições municipais de 2016.
Com ou sem PT, com ou sem os partidos atuais, os problemas e desafios brasileiros continuarão. Não se resolverão por mágica, muito menos sem conflito de interesses. Quem dará conta? Quem está aí para defender quais interesses? No que diz respeito ao PT, já foi mais fácil responder a esta pergunta. Talvez haja muito a ser recuperado antes da popularidade.
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Imagem:CasaForadoEixoMinas/Flickr
